Acesso ao principal conteúdo
China

China: presidente apela a que se tomem medidas para proteger vidas

O presidente chinês Xi Jinping, citado nesta segunda, 26 de Dezembro, pelo canal de televisão CCTV apelou a que fossem tomadas medidas para enfrentar o aumento do número de contaminações pelo novo coronavírus. O alívio inédito de restrições no início do mês, na sequência de protestos denunciando a insustentabilidada da política "Zero Covid", em vigor até então, provocou um forte aumento do número de infecções.

Presidente chinês Xi Jinping, aqui em Pequim a 6 de Dezembro passado, apela a que se tomem medidas para proteger vidas.
Presidente chinês Xi Jinping, aqui em Pequim a 6 de Dezembro passado, apela a que se tomem medidas para proteger vidas. AP
Publicidade

3 anos após o aparecimento em Wuhan, precisamente na China, desta nova doença que se veio a propagar pelo mundo e a provocar medidas de confinamentos um pouco por todo o mundo, o gigante asiático depara-se com novo aumento do número de casos.

Mário Évora é médico em Macau, região administrativa especial da China, admite que este cenário era expectável e que provavelmente será só em Janeiro de 2023 que se atinja o pico desta vaga.

"O que está a acontecer na China e em Macau, porque Macau segue muito em consonância política o que se pratica na China… Mas o que está a acontecer aqui é o que já aconteceu na Europa, nos Estados Unidos. Agora com a abertura, digamos; com a diminuição das restrições é expectável que haja agora um pico de pessoas infectadas e estamos à espera que esse pico aconteça no mês de Janeiro.

O que está a acontecer era expectável perante as medidas de restrição que foram praticamente abolidas. O vírus está-se a disseminar pela população de Macau e, praticamente, eu penso que quase ninguém vai escapar.

Agora a questão está, a grande questão está em saber é a percentagem de pessoas que têm vacina que estão imunizadas. Naturalmente que alguns casos de mortalidade acontecem como sempre em pessoas mais idosas que têm comorbilidades,  ou seja outro tipo de doenças que enfraquecem o sistema imunitário.  Essas são as vítimas mais vulneráveis.

Mas de resto o que está a acontecer é, digamos, dentro do que seria expectável. Não vejo motivo para se entrar em pânico. É evidente que o sistema é levado aos limites porque o que se espera, e é o que já está a acontecer, que haja pessoal profissional que se infecta e que não pode trabalhar enquanto o número de doentes aumenta.

Isso traz um stress acrescido ao sistema, mas até agora com o reforço de outras unidades que se desdobram de um lado para o outro tem sido possível manter as coisas dentro de controlo.

Ora o presidente chinês disse hoje, Xi Jinping, apelava que se tomassem medidas para proteger eficazmente a vida da população. Ora que medidas poderiam vir a ser equacionadas ?

Isso não estou em condições de esclarecer o raciocínio dele não é? Ele terá naturalmente uma estratégia baseada em dados que eu ignoro. Mas o que posso dizer em termos médicos é que as medidas são manter as medidas que devem ser praticadas: para já aumentar a percentagem de pessoas que não estejam vacinadas a se vacinarem. Isso é fundamental !

Depois é manter os cuidados de distanciamento, de máscara, lavar as mãos. Estarem atentas aos sintomas e recorrerem, no caso de sintomas ou de dificuldades ou de gravidade, recorrer à assistência médica.

Este contexto de festas de Natal e de Ano novo pode ainda vir a aumentar este agravamento do número de casos ?

Não pode, vai aumentar de certeza. Nomeadamente no Ano Novo chinês, que é o maior movimento de pessoas no planeta. Quando houver milhões de pessoas a deslocarem-se de um lado para o outro naturalmente esperamos que seja possível haver um outro pico de pessoas infectadas, sem dúvida.

Eu penso que uma das preocupações neste momento que os epidemiologistas têm é se eventualmente esse pico, esse aumentar repentino, possa originar uma variante, ou outras variantes diferentes daquelas que com as quais temos lidado neste momento. É algo que também que temos de ter em perspectiva.

Uma variante que, se calhar, pode vir a pôr em causa as vacinas que estão em circulação que poderiam não estar preparadas para combater eficazmente novas variantes.

Eventualmente, potencialmente isso pode acontecer ou não. Isso não sabemos, mas potencialmente sim é uma possibilidade."

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.