Cimeira da Liga Árabe dominada pelo regresso de Bashar al-Assad
O Presidente da Síria, Bashar al-Assad, protagoniza, esta sexta-feira, o seu regresso à cena diplomática com a presença na cimeira anual da Liga Árabe que decorre em Jeddah, na Arábia Saudita. As atenções estão também voltadas para as guerras no Sudão e no Iémen.
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O Presidente sírio vai participar na sua primeira reunião da Liga Árabe em mais de uma década, depois de o país ter sido reintegrado a 7 de Maio. A organização tinha excluído o regime sírio liderado por Bashar al-Assad no final de 2011, depois de este ter reprimido manifestações pacíficas e desencadeado uma guerra, que ainda continua, e que fez meio milhão de mortos e 13 milhões de deslocados, de acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Bashar al-Assad aposta na normalização das relações diplomáticas com os países árabes, nomeadamente com as ricas monarquias do Golfo, para financiar a reconstrução de um país destruído por doze anos de guerra e, em Fevereiro, pelo violento sismo que também atingiu a Turquia. Há países reticentes à aproximação de Damasco, como o Qatar que se opôs a Assad desde o início da guerra na Síria. Tanto é que o Qatar e a Jordânia só aceitaram a reintegração da Síria na Liga Árabe depois de constituído um grupo ministerial para encontrar uma solução política para a guerra civil que ainda decorre. O jornal sírio pró-governamental Al-Watan indica que Assad vai encontrar-se com “vários dirigentes durante reuniões bilaterais”.
Na agenda desta 32.ª cimeira da Liga Árabe, também está a guerra no Sudão, que, em um mês, já provocou a fuga de cerca de 200 mil pessoas do país e a deslocação de centenas de milhares de outras. Outra guerra que deve ser abordada é aquela que se arrasta há mais de oito anos no Iémen.
Ainda em cima da mesa, a guerra na Ucrânia e "a crise económica mundial", de acordo com o secretário-geral ajunto da Liga Árabe para os assuntos políticos, Asharq Al-Awsat Khaled Manzlawiy.
O Presidente ucraniano Volodimir Zelensky vai participar na cimeira, onde se vai deslocar a bordo de um avião fretado pelo governo francês e que, depois, o levará à Cimeira do G7 em Hiroshima, no Japão. O objectivo é, mais uma vez, pedir o apoio dos aliados e dos países que se mantiveram neutros no conflito com a Rússia.
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