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China/Argélia

Presidente argelino em Pequim: apoio na adesão aos BRICS será discutido

O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, iniciou uma visita de Estado à China na segunda-feira.  Esta deslocação de cinco dias será dominada pelas vertentes económica e diplomática, nomeadamente para efectivar o apoio de Pequim a Argel no seu processo de adesão aos BRICS. Trata-se da primeira viagem de um chefe de Estado argelino à China desde 2006, durante a presidência de Abdelaziz Bouteflika.

O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, está na China para uma visita de Estado de cinco dias. Esta deslocação tem por objectivo principal efectivar o apoio de Pequim à adesão de Argel ao bloco BRICS.
O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, está na China para uma visita de Estado de cinco dias. Esta deslocação tem por objectivo principal efectivar o apoio de Pequim à adesão de Argel ao bloco BRICS. AFP - LUDOVIC MARIN
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Em Pequim, Tebboune estará acompanhado de uma forte delegação composta por altos funcionários e empresários que representam cerca de 150 empresas. Esta componente económica é a prioridade de Argel nesta série de visitas de Estado que vem efectuando nos últimos dias. Em Junho o presidente argelino efectuou uma visita de Estado de cinco dias à Rússia, e no final de semana passada o líder deslocou-se ao Qatar. Esta passagem por Pequim será a primeira de um chefe de Estado argelino desde Abdelaziz Bouteflika em 2006, e servirá para consolidar os laços entre as duas capitais, conforme indica o comunicado oficial da presidência da República.

Nesta delegação constam praticamente todos os principais actores da economia argelina: a indústria agro-alimentar é o sector mais representado, com cerca de trinta empresas, entre as quais o presidente da Cevital, Malik Rebrab, e o director do Grupo SIM, Mourad Taieb Ezzraimi. Estarão igualmente presentes grandes empresas do sector da energia (Sonatrach e a Sonelgaz), das energias renováveis, dos acessórios para automóveis, dos transportes (SNTF), da exploração mineira (grupo Sonarem), das obras públicas e das telecomunicações (Algérie Télécom e Mobilis), das indústrias farmacêuticas (Saidal, Biopharm), da construção e engenharia civil (Souakri), construção e obras públicas (Souakri, Cosider, SNTP, etc.), higiene pessoal (Faderco), siderurgia, start-ups, turismo (ONAT).

Para além de buscar a reduzir a dependência relativamente ao gás, Argel aposta numa melhora do seu perfil internacional, fortalecendo a presença nas arenas internacionais através dos organismos multilaterais. Destaca-se principalmente a vontade deste país do norte de África em aderir ao bloco económico BRICS, composto pelo Brasil, Rússia, India, China e África do Sul.

Os laços entre Argel e Pequim são antigos. A China foi o primeiro país não árabe a reconhecer o governo provisório da Argélia instalado em 1958, na sequência da guerra de independência contra a França. Não obstante, foi somente no início do novo século que as trocas comerciais entre os dois países começaram a atingir um novo patamar. Desde os anos 2000 as empresas chinesas conseguiram garantir os grandes projectos de infra-estructuras no país, nomeadamente uma parte da Auto-estrada Este-Oeste, a Grande Mesquita de Argel, o Centro Internacional de Conferências, mas também uma grande participação na construção de estádios de futebol e milhares de habitações.

No contexto da expansão global do “Império do Meio” alicerçada na Nova Rota da Seda lançada por Xi Jinping em 2013 no Cazaquistão, Pequim converteu-se no primeiro fornecedor de Argel em 2014, ocupando um posto que até então pertencia a Paris. Nesse mesmo ano, os dois países assinaram um acordo de parceria estratégica global, que desembocou em 2022, na assinatura de um plano de cooperação que se estende até 2026. Este plano abrange vários sectores, incluindo a agricultura, a energia, a saúde, a ciência e a indústria espacial.

Nos últimos meses, as empresas chinesas ganharam vários projectos. Destaca-se a exploração de uma mina de ferro em Tindouf, no sudoeste do país e o desenvolvimento de uma mina de zinco em Bejaia, no Norte. Entre os grandes projectos construídos no âmbito desta parceria estratégica consta o Porto de El Hamdania, na província de Tipaza, perto da capital argelina, ou ainda a exploração do depósito de fosfatos de Tébessa.

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