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G20

Cimeira do G20 termina, descrita como "sucesso" pela Rússia, Brasil e Índia

A cimeira do G20 terminou hoje, com Narendra Modi, o Primeiro Ministro da India, país acolhedor, a Rússia e o Brasil a descreverem o encontro como um "sucesso", apesar das múltiplas críticas sobre a declaração comum, em que o grupo das principais economias do mundo deixou de criticar directamente Moscovo pela invasão da Ucrânia.

O Primeiro Ministro indiano Narendra Modi junto com outros líderes do G20 na cimeira do bloco em Nova Deli, a 10 de Setembro de 2023.
O Primeiro Ministro indiano Narendra Modi junto com outros líderes do G20 na cimeira do bloco em Nova Deli, a 10 de Setembro de 2023. AFP - -
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A cimeira do G20 ficará marcada pela adesão de um novo membro, a União Africana. Uma decisão aplaudida por todos os membros e elogiada internacionalmente. Fora este passo, foi difícil chegar a um consenso entre os membros do G20, muito divididos quanto à atitude a adoptar face à guerra na Ucrânia e na resposta às alterações climáticas. 

A declaração final pede a "todos os Estados" que evitem "a ameaça ou o uso da força para se apoderarem do território", mas não contém qualquer condenação da Rússia nem referência à sua responsabilidade na guerra na Ucrânia.

O resultado foi uma declaração muito mais fraca do que aquela que encerrou a cimeira do ano ano passado em Bali, na Indonésia, em que o bloco exigia a saída imediata da Rússia do território ucraniano. 

Críticas de Kiev e congratulações de Moscovo

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, manifestou desapontamento, lamentando que "em relação à agressão da Rússia contra a Ucrânia, o G20 não tem nada do que se orgulhar”.

Pelo contrário, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, que representava o seu país na cimeira, felicitou-se de que foram "capazes de frustrar as tentativas do Ocidente de 'ucranisar' a agenda da cimeira". 

Para Lavrov, o G20 está num processo de “reforma interna” de afirmação dos países do Sul global, sugerindo que Brasil, África do Sul, Índia e China conseguiram fazer-se ouvir em Nova Deli.

Os Estados Unidos defenderam a declaração de consenso da cimeira do G20, suscitando críticas de Kiev. Para Jon Finer, do Conselho de Segurança da Casa Branca,o documento enviou uma mensagem sobre a “necessidade imperativa” de a Rússia parar de usar a força e abster-se de violar a integridade territorial da Ucrânia.

Fraca resposta às alterações climáticas

Além da Ucrânia, os países do G20 também estão divididos sobre o futuro do petróleo. A declaração final da cimeira não menciona o abandono dos combustíveis fósseis, em particular o petróleo, responsáveis pelo aquecimento global.

Uma decepção para as ONG que, menos de três meses antes da COP28, no Dubai, esperavam um impulso do G20. 

Os membros do bloco comprometeram-se, no entanto, a apoiar pela primeira vez o objectivo de triplicar a capacidade mundial em matéria de energias renováveis até 2030.

A cimeira terminou com a homenagem dos lideres do G20, descalços, a Mahatma Gandhi, o herói da independência indiana, no memorial que lhe foi dedicado.

A próxima sessão realizar-se-á no Rio de Janeiro, no Brasil. Lula da Silva anunciou desde já que Vladimir Putin seria convidado e que, em nenhum caso, seria detido em território brasileiro

Vladimir Putin, alvo de um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) por suspeita de crimes de guerra na Ucrânia, foi representado pelo chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov. A outra ausência relevante em Nova Deli foi a do líder da China, Xi Jinping, que se fez representar pelo primeiro-ministro Li Qiang.

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