Faixa de Gaza vive noite mais sangrenta desde o início da guerra

A Faixa de gaza registou esta segunda-feira 25 de Dezembro uma das noites mais sangrentas desde o início da guerra. Pelo menos 70 pessoas morreram esta madrugada num único ataque israelita sobre um campo de refugiados, segundo as autoridades sanitárias palestinianas. 

Palestinianos reunidos nos descombros de uns prédios bombardeados pelo exército israelita, no campo de refugiados de al-Maghazi, a 25 de Dezembro de 2023. © SHADI TABATIBI / REUTERS

O exército israelita continua a bombardear a Faixa de Gaza, 80 dias depois do início da guerra que começou a 7 de Outubro de 2023 com o ataque do Hamas. 

Esta madrugada de 25 de Dezembro morreram mais de 70 pessoas num único ataque aéreo israelita, sobre o campo de refugiados de al-Maghazi, segundo alertaram as autoridades sanitárias palestinianas, a maior parte das vítimas sendo crianças e mulheres.

Ao todo, mais de 100 pessoas morreram nos ataques aéreos israelitas durante a noite, fazendo desta a mais sangrenta desde o início da ofensiva israelita ao enclave. 

Do lado israelita, mais de 15 militares morreram nos últimos três dias, aumentando para 156 o número total de mortes no exército. 

A ONU alertou para a "situação humanitária catastrófica" no enclave palestiniano, em que 85% da população foi deslocada à força e "a maioria dos hospitais [estão] fora de serviço". 

Apesar da resolução do Conselho de Segurança da ONU, votada a 22 de Dezembro, reclamando a entrada "imediata" e "em grande escala" da ajuda humanitária, esta não registou nenhum aumento significativo.

Na tradicional mensagem de Natal, o Papa Francisco lamentou que a mensagem de paz de Jesus permanecesse inaudível devido à guerra, precisamente na terra que o viu nascer.  

O Primeiro Ministro israelita Benjamin Netanyahu anunciou esta segunda-feira ter-se deslocado a Gaza durante o dia e prometeu "uma intensificação" dos combates em curso contra o Hamas no território palestiniano. 

Cheguei agora de Gaza. Não vamos parar, vamos continuar a lutar e vamos intensificar os combates nos próximos dias. Vai ser uma longa guerra que não está prestes de acabar,

afirmou Benjamin Netanyahu face aos membros do seu partido Likoud, segundo um comunicado do partido, citado pela agência France-Presse.