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Rússia

Mãe de Navalny lança apelo a Putin para que lhe devolva o corpo do filho

Liudmila Navalnaia, mãe de Alexeï Navalny, apelou num vídeo esta terça-feira o Presidente russo a entregar-lhe «imediatamente»o corpo do filho e acusou as autoridades russas de pretender escondê-lo «para encobrir o seu assassinato». Com efeito, de acordo com a equipa de Navalny, as autoridades russas tencionam entregar o corpo do opositor apenas dentro de 14 dias, após efectuarem exames.

Homenagem a Alexeï Navalny em Vilnius, na Lituânia, no passado dia 17 de Fevereiro de 2024, dia em que foi anunciada a morte do opositor russo aos 47 anos.
Homenagem a Alexeï Navalny em Vilnius, na Lituânia, no passado dia 17 de Fevereiro de 2024, dia em que foi anunciada a morte do opositor russo aos 47 anos. AP - Mindaugas Kulbis
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"Há cinco dias que não o vejo. Eles não me entregam o corpo e nem sequer me dizem onde está (…) Eu lanço o apelo a si, Vladimir Putin. A solução para este problema depende apenas de si. Deixe-me finalmente ver meu filho. Peço que o corpo do Alexeï seja devolvido imediatamente, para que eu possa enterrá-lo humanamente", disse a mãe do opositor cuja morte repentina foi anunciada na sexta-feira pelos serviços da prisão do extremo norte da Rússia onde estava a cumprir uma pena de 30 anos de detenção por "fraude" e "extremismo".

Na óptica da mãe do activista como da viúva, Iulia Navalnaia, as autoridades russas pretendem fazer desaparecer do corpo de Navalny indícios comprovando o seu assassinato.

Ontem, ao prometer prosseguir o trabalho do marido, Iulia Navalnaia exortou a União Europeia a não reconhecer o resultado das presidenciais do mês que vem na Rússia, um escrutínio em que se antevê uma nova reeleição de Vladimir Putin que ela acusa abertamente de ter mandado matar Alexeï Navalny.

Acusações "grosseiras e infundadas" segundo o Kremlin. De acordo com as autoridades russas, Alexeï Navalny faleceu após sentir-se mal e perder consciência.

Uma versão dos acontecimentos colocada em questão a nível internacional, embora Moscovo denuncie "acusações inaceitáveis".

Ainda ontem, a França reclamou um inquérito independente sobre o sucedido e apelou à "libertação imediata e incondicional de todos os presos políticos na Rússia".

No passado fim-de-semana, foram detidas e condenadas a penas de prisão mais de 150 pessoas por terem participado em homenagens a Navalny, em violação às restrições actualmente em vigor em matéria de manifestação no país.

Noutro aspecto, soube-se hoje que a justiça russa decidiu manter em detenção até finais de Março o jornalista americano Evan Gershkovich, preso há um ano por alegada "espionagem". Os serviços de segurança da Rússia indicaram igualmente hoje ter detido uma cidadã russo-americana por alegadamente levantar fundos a favor da Ucrânia, o que é considerado um acto de "traição".

Também nesta terça-feira, um alto responsável russo regozijou-se da morte por confirmar de Maxim Kuzminov, um piloto de helicóptero russo que tinha desertado no ano passado por discordar com a guerra na Ucrânia. Este responsável não confirmou nem desmentiu o envolvimento do seu país na morte do militar.

Segundo órgãos de comunicação social espanhóis, Kuzminov terá sido morto a tiro e o seu corpo terá sido encontrado numa localidade do sudeste da Espanha. As autoridades locais, todavia, não confirmaram para já a sua identidade.

 

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