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Eleições autárquicas

Resultados provisórios dão vitória à oposição turca em Ancara e Istambul

Turquia – Os primeiros resultados provisórios das eleições autárquicas indicam que a oposição não só consegue manter Ancara e Istambul, como poderá ganhar outras metrópoles. Este é um resultado inesperado e que pode representar uma injecção de energia para uma oposição que saiu enfraquecida das eleições presidenciais do ano passado.

Resultados provisórios revelam vitória da oposição turca em Ancara e Istambul.
Resultados provisórios revelam vitória da oposição turca em Ancara e Istambul. AP - Emrah Gurel
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A confirmar-se, este resultado é um cartão amarelo ao Presidente Erdogan, e significa que os eleitores turcos protestaram devido à grave situação económica do país. 61 milhões de turcos foram este domingo, 31 de Março, às urnas para eleger  1400 presidentes de câmara. 

O escrutínio decorreu de forma ordeira, excepto nalgumas assembleias de voto na região sudeste, de maioria curda, onde se registaram alguns incidentes. No mais grave, um elemento do partido curdo foi morto depois de confrontos entre populares e soldados. O partido curdo já protestou, dizendo que o governo enviou milhares de soldados e polícias votar em diversas assembleias de voto do sudeste, distorcendo a verdade eleitoral.

O partido da Justiça e Desenvolvimento, AKP, do actual Presidente Recep Tayyip Erdogan, deverá sair uma vez mais vitorioso, com mais votos e câmaras municipais em todo o país, ainda que todos os olhos se viram para Istambul, onde o actual presidente da câmara, Ekrem Imamoglu, da oposição republicana e laica, travou uma batalha renhida contra Murat Kurum, um ex-ministro de Erdogan.

Há quatro anos, na única meia vitória da oposição nos últimos 20 anos, opositores a Erdogan venceram na capital Ancara, e em Istambul, a maior metrópole turca. O mais provável é que Mansur Yavas, o presidente da câmara de Ancara, da oposição, renove o mandato. O próprio Erdogan começou a sua carreira política como presidente da câmara de Istambul nos anos 90, e construiu desde aí o seu formidável aparelho político.

Outra dúvida diz respeito a performance do partido curdo, que concorreu hoje com um novo nome (DEM, Partido Popular da Igualdade e Democracia), para escapar à abolição da anterior formação política, a braços com um processo judicial para a sua extinção, que levou à detenção de milhares dos seus quadros e militantes. Apenas 6 dos 65 presidentes da câmara que o partido curdo conseguiu eleger em 2019 no sudeste da Turquia (região de maioria curda) sobreviveram ao seu mandato – todos os restantes foram afastados e substituídos pelo Governo de Erdogan, que os acusou de associação ao grupo terrorista separatista curdo PKK, partido dos trabalhadores do Curdistão.

As eleições decorrem num contexto de uma grave crise económica, com uma acentuada perda do poder de compra da maioria dos cidadãos, sobretudo pensionistas. A hiperinflação teima em não descer, e nos 70%.

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