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Ciência

Estratégia espacial da União Africana prioriza investigação científica e telecomunicações

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Depois do fracasso da missão lunar russa, cuja sonda colidiu na Lua depois de girar fora de controlo, a India vai, por sua vez, tentar a sua segunda sorte. Se alcançar o objectivo, a India tornar-se-á no quarto país do mundo a a conseguir aterrar na Lua, depois dos Estados Unidos, da Rússia na época da União Soviética e da China, e o primeiro país a conseguir alcançar o polo sul, zona que fica permanentemente na sombra, o que torna mais provável a presença de água e minerais. 

Agência espacial europeia  21/03/2013.
Agência espacial europeia 21/03/2013. AFP/Agence spatiale européenne
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Depois do fracasso da missão lunar russa, cuja sonda colidiu com a Lua depois de girar fora de controlo, a Índia vai, por sua vez, tentar a sua sorte, pela segunda vez na história. Se alcançar o objectivo,a Índia tornar-se-á no quarto país do mundo a a conseguir aterar na Lua, depois dos Estados Unidos, da Rússia na época da União Soviética e da China, e o primeiro país a conseguir alcançar o polo sul, zona que fica permanentemente na sombra, o que torna mais provável a presença de água e minerais. 

Falámos com Claúdio Moisés Paulo, astrofísico e especializado em ciências espaciais, sobre a corrida internacional ao espaço, interessando-nos particularmente sobre o papel do continente africano neste sector. 

Claúdio Moisés Paulo, o sector espacial tem sido objecto crescente do investimento de países africanos e em particular os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que têm desenvolvido actividade espacial com vista à promoção do seu desenvolvimento sócio-económico por via dos benefícios que as tecnologias espaciais proporcionam. De que "benefícios" se trata? 

Há um interesse muito grande dos governos africanos em estabelecer programas espaciais. Mas a maior parte deles está mais preocupada com a questão da telecomunicação, da investigação científica. Os países africanos estão interessados no lançamento de satélites, o que ainda não é uma grande prática para nós. Do ponto de vista de conquista espacial, Africa ja tem interesse em fazer parte da grande corrida mas numa parte inicial é mais para assuntos ligados com a investigação cientifica e a telecomunicação. Ha países como África do Sul, como Angola, que ja estão bastante virados para o espaço. frica do Sul é a questao da telecomunicaçao como invest cientifica.

No caso de Moçambique, a ambição é muito grande. Moçambique está a trabalhar para ter a sua agência espacial formalizada. Recentemente, o Governo, através do Ministério de Transportes e Comunicação informou a sociedade civil que ja há um estudo que está para ser incomendado com o objectivo de lançar-se o primeiro satélite moçambicano, com uma ligação mais para a telecomunicação. 

Aliado a isso, no caso de Moçambique temos também em mente o trabalho de criar um mecanismo espacial especialmente para o uso da internet, para conseguirmos usar a internet via satélite.

Há um projecto de Elon Musk que já entrou no Governo moçambicano e já há memorandos de entendimento assinados entre o governo moçambicano e as empresas de Elon Musk, com o objectivo de trazer a internet via satélite. Assim, uma série de tecnologias poderão ser transferidas par a comunidade moçambicana.

Este colaboração poderá beneficiar ao desenvolvimento do sector espacial de Moçambique?

Acredito que sim. Acredito que a introdução de Elon Musk no sector moçambicano vai deixar o Governo mais sensível para receber as iniciativas relacionadas com tecnologias espaciais. Países como a India, a China, a Rússia tem missões espaciais com objectivos muito diferentes dos dos países africanos que se preocupam mais com o desenvolvimento do sector das comunicações e da luta contra o terrorismo entre outros. 

A União Africana tem a sua propria estratégia espacial, quais são as grandes prioridades e os objectivos a alcançar? 

A UA está com o projecto de criar uma estratégia para exploração espacial. Constata-se que já existem iniciativas isoladas dentro do próprio continente. A UA já criou o estatuto da agência espacial africana. A sua função primordial será promover e coordenar a implementação de programas, melhorar e facilitar o acesso aos recursos e serviços espaciais. Sobretudo, coordenar as acções de uma forma central. Estamos a falar de acções isoladas como a de Moçambique com o projecto do observatório SKA 

A agência deve promover e coordenar a implementação de programas e actividades aprovadas pelo Conselho espacial africano, facilitar o acesso aos serviços e recursos espaciais. A preocupação imediata é: comunicação e tecnologias de informação, uma das primeiras preocupações para Africa. Defesa, protecção e segurança. Entra também a questão da exploração dos nossos recursos marinhos. Não conseguimos ter o controlo da nossa fronteira marítima porque não temos recursos para fazer um perfeito mapeamento da nossa área económica exclusiva. Defesa, protecção e segurança são outras preocupações. 

Isso quer dizer que apesar de sabermos que há uma corrida internacional muito grande, (Estados-Unidos, Rússia, China, India) Africa pode abraçar a intenção que esses grandes países têm mas vamos começar de pequeno para, no fim, conseguirmos estabelecer as nossas agências espaciais. E futuramente, pensaremos na exploração dos outros planetas. Acredito que é do nosso interesse também pensar na exploração planetária. 

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