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Cimeira África-França: Macron abre diálogo com sociedade civil

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Amanhã, sexta-feira 8 de Outubro, em Montpellier, no sul de França, terá lugar "nova cimeira África-França". Um encontro com um formato inédito, uma vez que os chefes de Estado africanos não foram convidados. Montpellier pode abrir um novo diálogo entre empresários, jovens da sociedade civil africana e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Cimeira África-França, a nova fórmula da France-Afrique.
Cimeira África-França, a nova fórmula da France-Afrique. Michel Euler Pool/AFP
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Esta sexta-feira, 8 de Outubro, 3.000 participantes, entre eles mais de 1.000 jovens africanos (350 empresários), são esperados para participar em mesas redondas que juntam sociedade civil aficana, francesa e diáspora. Em cima da mesa economia, cultura e política. A novidade desta cimeira é a ausência de Presidentes, pela primeira vez desde 1973.

Em debate as relações entre a França e o continente africano. "A dita sociedade civil é tudo o que não é o Estado e dá prioridade aos actores, numa espécie de câmara de comércio da indústria França-África. Pode haver ONG que obtiveram subsídios para vir  [a Montpellier], mas vou ser um pouco áspero ao dizer que tudo isto é para inglês. O principal encontro entre empreendedores franceses e africanos", descreve historiador e director do centro de investigação do CNRS da Universidade de Science Po de Bordéus, Michel Cahen.

O historiador afirma não ser possível refletir sobre esta cimeira sem pensar na sua dimensão histórica. "Se pensarmos na cimeira em si podemos dizer que se trata da manutenção de um espírito colonial, pelo menos neo-colonial. Alguma vez poderíamos imaginar a França a convidar todos os países do norte e sul do continente Americano para fazer uma cimeira França-América, nunca", afirma Michel Cahen.

Actualmente, tanto a China como a Rússia têm uma maior presença no continente africano, obrigando a França a tomar novas medidas. O Presidente francês opta por recua na defesa e avança com investimentos em empresas africanas. Segundo Michel Cahen, esta medida deve-se ao facto de a estratégia militar não resultar.

Nos últimos anos morreram "dezenas e dezenas de soldados franceses em África. A estratégica militar não resulta e Emmanuel Macron tenta encontrar outra maneira de ficar em África", afirma.

Esta nova cimeira África-França tem um "foco na economia e esta é a melhor maneira de o capitalismo francês resistir aos avanços da Rússia e da China. O investimento de empresas russas e chinesas não é para estes países uma prioridade". O Presidente francês quer fortalecer relações directas entre empresas francesas e africanas e "esta jogada do ponto de vista capitalista é inteligente".

A Nova Cimeira África-França terá lugar em Montpellier neste novo formato, juntando novos actores, novas temáticas, novos desafios: o objectivo, lançar uma nova perspectiva sobre a relação entre a África e a França para oferecer um novo quadro de reflexão e de acção às novas gerações. 

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