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Angola: "Crescimento da UNITA poderia ser um cartão amarelo para o MPLA"

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O MPLA ganhou as eleições gerais com 51,07% dos votos e 124 deputados. O maior partido da oposição angolano, a UNITA, ficou com 44,05% dos votos e 90 assentos na próxima Assembleia Nacional.

Presidente reeleito em Angola, João Lourenço.
Presidente reeleito em Angola, João Lourenço. LUSA - PAULO NOVAIS
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O MPLA garante uma maioria absoluta para os próximos cinco anos, mas sem conseguir uma maioria qualificada. O vice-presidente da bancada parlamentar do MPLA, João Pinto, explicou-nos o que vai acontecer na Assembleia Nacional.

"Em qualquer democracia basta ter qualquer maioria relativa para governar. Mantivermos a tradição que vem de 1992; em 2008 tivemos maioria qualificada, em 2012 maioria qualificada, em 2017 também. Discutia-se na sociedade que era necessário haver um equilíbrio com uma maior representatividade da sociedade, da oposição. Os resultados vieram confirmar os nossos estudos dos direitos dos partidos políticos, na ordem Constitucional angolana: uma bipolarização entre o MPLA e a UNITA, desde 1992", descreve o vice-presidente da bancada parlamentar do MPLA.

O MPLA e a UNITA representam neste sufrágio mais de 90% dos votos, demonstrando que "o cânon tradicional do Ocidente, em Angola não se aplica", afirma. 

João Pinto acredita que houve "um voto de protesto de uma nova geração, que nasceu depois de 1992. Por razões de reconciliação, o MPLA nunca utilizou a História para a justificar esse mesmo processo. Desde 2008, o MPLA criou centralidade; com cidades novas, onde surgiu uma classe média, que tradicionalmente é mais contestatária. Uma classe de eleitores flexíveis e com voto racional".

"O crescimento da UNITA não quer dizer que são só militantes da UNITA. Pode apenas ser um fenómeno novo que terá de ser estudado, no sentido de alertar o MPLA, dar um cartão amarelo [ao partido], mas mantendo a esperança que [ele] continue a governar. O projecto de unir Angola, de reconciliar os angolanos, de paz e desenvolvimento foi um projecto sério, que pode ainda ser melhorado", descreve João Pinto.

O vice-presidente da bancada parlamentar do MPLA refuta a ideia de o MPLA ter uma forte descida, João Pinto recorda que "em 2008, o MPLA teve 82%, em 2012 teve 71%, em 2017 62%", demonstrando "uma tendência descendente de 10% a cada eleição. O MPLA sempre lutou para manter a maioria absoluta para poder governar".

"As reformas constitucionais em Angola estão feitas", lembra o vice-presidente da bancada parlamentar do MPLA. O mandato do Presidente João Lourenço reformou o "código Penal, a legislação da administração pública, a lei da função pública, a lei do Supremo Tribunal... As promessas eleitorais para uma maior transparência, no sentido de combater a corrupção. Fizemos reformas profundas", descreve.

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