Emmanuel Macron procura "aumentar expressão política" na África Central
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O Presidente francês visita esta semana quatro países da África Central pela primeira vez: Gabão, Angola, Congo Brazaville e RDC. "Esta visita do Presidente Emmanuel para a África Central enquadra-se na procura de novos espaços, de espaços alternativos para aumentar a sua expressão política, económica e social", afirma Osvaldo Mboco, especialistas em Relações Internacionais na Universidade Técnica de Angola.
"Este périplo enquadra-se numa estratégia de novos espaços de influências do ponto de vista económico e político. Há uma espécie de período de crispação entre a França e os países da CEDEAO, que viveram golpes de Estados", sublinha Osvaldo Mboco, especialistas em Relações Internacionais na Universidade Técnica de Angola.
"Esta vista do Presidente Emmanuel Macron para África Central enquadra-se na procura de novos espaços, de espaços alternativos para aumentar a sua expressão política, económica e social", acrescenta.
Segundo o investigador, a França vive um momento importante da sua história com o continente africano. Paris entende que se fecha um ciclo, marcado pelas operações militares, com o fim da operação Barkhane. "Os países que a França vai visitar são países, principalmente Angola, estáveis a nível político e militarmente. Angola é uma das maiores economias da África Subsariana, mas a RDC e o Gabão também têm recursos naturais e minerais. Infelizmente, África tem sido um interposto de matérias-primas para as grandes multinacionais", aponta o investigador.
"O conflito russo-ucraniano trouxe de volta o cenário da Guerra Fria. Quando o Presidente francês fala em fragmentação, penso que se refere ao período do alinhamento dos blocos. Aqueles que votam contra a invasão estão de um lado e os que votam a favor da invasão estou do outro lado. E depois há os não aliados que usam da abstenção. Como foi o caso de Angola, mas Angola tem uma posição muito clara neste conflito. A posição de Angola passa, necessariamente, em olhar para os meios pacíficos de resolução do conflito, nomeadamente, através da mediação e negociação. Angola não se manteve impávida e serena aquando da anexação das quatro províncias ucranianas. Houve um posicionamento angolano porque entendeu que é uma violação gritante da integridade territorial", explica Osvaldo Mboco.
"Este conflito alterou o paradigma das relações internacionais. O mundo, jamais, voltará a ser o mesmo porque podem surgir novos actores ou actores com maior expressão", concluiu.
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