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Situação económica em Angola leva a participação reduzida na JMJ em Lisboa

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A delegação angolana para a Jornada Mundial da Juventude vai contar com cerca de 500 pessoas, um número que poderia ser mais elevado, não fosse a crise económica que assola o país e que torna mais difícil aos peregrinos fazer a viagem até Portugal.

Fieis preparam a JMJ 2023 em Lisboa.
Fieis preparam a JMJ 2023 em Lisboa. LUSA - MIGUEL A. LOPES
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A Jornada Mundial da Juventude vai trazer a Lisboa milhares de jovens católicos vindos de todo o Mundo e a proximidade cultural e da língua faz com que muitos venham de países de língua oficial portuguesa. De Angola, a delegação vai contar com cerca de 500 pessoas. Um número que poderia ser elevado, não fosse a crise económica que assola ao país e que torna mais difícil aos peregrinos fazer a viagem até Portugal.

"Eu tenho a certeza que se estivessemos nos nossos bons dias da economia em Angola, haveria um número maior [de peregrinos]. Foi uma barreira muito grande, o factor económico. [...] Na sua maioria, os peregrinos pagam a sua própria viagem. Se não forem os pais, os jovens trabalhadores vão fazendo as suas reservas e assim foi possível. Se não fossem os constrangimentos que o país apresenta neste momento, os números da participação seriam muito altos. Quando foi no Brasil, em 2013, foram mais de 1.300 jovens que partiram de Angola", disse o padre Armando Pinho Alberto, director nacional da Pastoral Juvenil da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, em entrevista à RFI.

No que diz respeito à documentação para todos estes jovens de forma a poderem viajar até Portugal, Armando Pinho Alberto explicou que "há medo da imigração ilegal" e que, por isso, foram pedidos documentos adicionais, com a maioria dos peregrinos a já terem o seu visto para Portugal.

Para este pároco a JMJ trata-se de um momento importante do fortalecimento da fé da juventude angolana, sobretudo numa altura em que muitas igrejas evangélicas tentam capturar fiéis, atraindo-os segundo este pároco católico, através de falsas promessas de prosperidade.

"A convicção deve estar presente no seio da juventude católica porque ela tem sido uma grande vítima dessa manipulação de fenómenos religiosos dos nosso dias. Esta teologia da prosperidade que se apregoa no sentido de uma vida fácil ou milagreira, tu darás x e receberás x por parte de Deus, há um imediatismo que marca a nossa época e a mentalidade mágica no querer da juventude associado a estas promessas mágicas que no fundo são ilusões e apenas instrumentos que usam para fazer o proselitismo e, ao mesmo tempo, ir ao bolso dos cidadão crentes. A experiência multicultural da JMJ, dialogando em línguas diferentes, acredito que podem moldar a juventude a ter uma fé firme e permanente", defendeu o clérigo.

De 01 de Agosto e 06 de Agosto em Lisboa vai celebrar-se a Jornada Mundial da Juventude, trazendo até Portugal o Papa Francisco.

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