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Israelitas "unidos" perante "caos" após ataques do Hamas

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O ataque do Hamas a Israel no sábado por ar, terra e mar surpreendeu todo o país, mas especialmente os habitantes da cidade de Telavive e de outras cidades do Sul do país, normalmente menos visadas pelos ataques deste grupo terrorista, com o "caos" a imperar neste país do Médio Oriente.

Centenas de roquetes atingiram a cidade de Telavive no sábado.
Centenas de roquetes atingiram a cidade de Telavive no sábado. AP - Moti Milrod
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Lídia Cordeiro, portuguesa que está em Israel há mais de 19 anos e vive junto a Telavive, mais precisamente na cidade de Rehovot, descreveu em entrevista à RFI a situação nesta região e no país, mencionado o “caos” instalado neste país do Médio Oriente desde sábado, quando a população acordou com o barulho das sirenes.

"As sirenes tocaram, foi uma supresa para toda a gente. Qaundo acordei pensei que stava a sonhar e quando me dei conta, corri para o quarto blindado. Aos poucos, os vizinhos todos tentaram perceber o que se estava a passar na televisão. Não havia ninguém que estivesse à espera, com esta amplitude e as atrocidades que fizeram", explicou.

Em Israel, devido aos conflitos constantes, muitos prédios e casas estão equipados com um quarto blindado ou um bunker colectivo. Lídia Cordeiro descreve que nos prédios mais antigos, os habitantes acabaram por se refugiar no vão das escadas.

Actualmente, e como ainda se temem ataques, esta portuguesa diz que em Telavive e nos arredores "tudo está fechado", incluindo escolas e todos os serviços administrativos. Quem se "atreve" a abrir os comércios, fá-lo por precisar de fazer negócio, já que os ataques estão também a ter um importante impacto económico nesta região muito turística do país e com pouco hábito deste género de ameaças, já que ocorrem mais frequentemente junto à faixa de Gaza.

Nos últimos meses, Israel tinha vindo a assistir a um dos maiores movimentos de contestação de sempre ao Governo, liderado por Benjamin Netanyahu, devido às reformas que este queria implementar no sistema de justiça do país, no entanto, Lídia Cordeiro afirma que neste momento, a política não está nas prioridades da população, embora seja preciso "investigar" as responsabilidades deste ataque "mais para a frente".

"Neste momento, nós queremos é acabar com isto. Queremos os nossos reféns de volta a são e salvo, queremos saber quem morreu, queremos fazer o nosso luto. É tão inesperado e difícil", indicou.

A população defende "uma resposta forte" e Lídia Cordeiro indica que os processos de paz já foram tentados muitas vezes, sem sucesso até agora.

"Queremos uma resposta de força, à altura, porque sofremos uam coisa impensável. Qualquer outro país, se tivesse sofrido um ataque destes, quereria dar uma resposta à altura. Queremos que eles acabem com isto uma vez por todas", declarou.

Lídia Cordeiro dirige a ONG Comunidade para um Amanhã Melhor (AKAM) que normalmente ajuda famílias carenciadas na região de Telavive, mas actualmente os seus esforços estão a servir para ajudar os soldados feridos, as famílias que perderam casas e as crianças que ficaram orfãs nestes ataques. 

"Isto é um caos [...] Há coisas horríveis. Mesmo o governo não estava pronto para estes ataques. Vai ter se investigar porque é que estes ataques foram uma surpresa, mas agora estamos todos unidos", concluiu.

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