Generalizado recolher obrigatório às 18 horas em França devido à Covid

Abrimos com LE MONDE, que titula, executivo aposta num recolher obrigatório reforçado. O primeiro ministro francês, Jean Castex, anunciou ontem a generalização do recolher obrigatório para as 18 horas a partir de amanhã por um período de pelo menos 15 dias.  

Generalizado recolher obrigatório às 18 horas em França devido à Covid REUTERS/Stephane Mahe

O governo defende uma resposta graduada no tempo antes de um eventual reconfinamento mas para os epidemiologistas a sua eficácia sanitária é incerta. Os controlos nas fronteiras vão ser reforçados sabendo que a variante britânica da Covid ameaça destabilizar a epidemia em França até o mês de março.  

Instado a responder ao mal estar da juventude, o executivo prevê uma adaptação dos cursos na Universidade e uma vigilância reforçada nas escolas, acrescenta, LE MONDE.

Estudantes, o grande mal estar, titula, LIBÉRATION. O estado psicológico muito precário dos jovens, privados de cursos na Universidade e atingidos duramente pelas restrições devido à pandemia é preocupante. Isolamento, angústia ligada ao ensino a distância, precariedade.... Sindicatos e professores alarmam-se  com o estado psicológico deficiente dos jovens. O primeiro ministro, Jean Castex, recebia hoje os representantes da comunidade universitária em busca de soluções, nota, LIBÉRATION.

Um recolher obrigatório a partir das 18 horas, para evitar um confinamento, titula, LE FIGARO.  Para lutar contra a epidemia, o executivo adoptou novas medidas como restrições nas fronteiras, metodologia sanitária reforçada nas cantinas ou novas ajudas às empresas.

A epidemia perdura, logo, as medidas restritivas são alargadas e a partir de segunda-feira as condições de entrada em França nomeadamente a exigência de um teste negativo à Covid para todas as pessoas provenientes de país exterior à União europeia, acrescenta, LE FIGARO.  

Escândalo da penúria de vacinas, titula, L'HUMANITÉ. As campanhas de vacinação estão em perigo em todo o mundo, pelo que se torna imperativo que haja uma mutualização global. 

Por sua vez, LA CROIX, faz o seu título, com SOS, patrões desesperados. Face ao mal estar de alguns chefes de empresas, associações estão a ajudá-los a ganhar confiança.  

Republicanos desorientados face a Trump

Em relação à política internacional, LE FGIARO, destaca o fim do reinado de Trump que será uma dor de cabeças para os republicanos. Face ao segundo procedimento de destituição contra Donald Trump o partido republicano hesita entre uma purga para esquecer a derrota e a lealdade ao  Presidente cessante.

Depois que 10 eleitos republicanos votaram com os democratas, o seu chefe no Senado, Mitch McConell, quer ouvir argumentos antes de decidir. Um nítido contraste com a sua vigorosa defesa de Trump há um ano atrás, nota, LE FIGARO.  

Em relação ao continente africano, LE MONDE, destaca Tunísia e os nostálgicos de Ben Ali. 10 anos após a queda do regime, o país é atingido pela recessão. Dez anos depois dos tunisinos terem gritado "fora" dirigindo-se a Ben Ali, em pleno debate na televisão, uma cronista e actriz afirmou que que o antigo ditador teve razão quando censurou a Internet porque pelo menos assim não se permitiria notícias deprimentes como as de médicos mortos em infraestruturas vetustas. 

Um tal comentário que há anos teria sido severamente denunciado, não suscita nenhuma reacção da opinião pública. Houve uma banalização desse discurso. Ainda a semana passada um antigo ministro desse regime defendeu a política de Ben Ali que era no seu dizer um bom Presidente. 

Enfim, o mesmo  LE MONDE destaca ainda a República centro-africana, onde a violência faz temer uma penúria de alimentos. Grupos armados opostos ao Presidente Touadéra, bloqueiam a estrada principal para os Camarões, crucial para o país, enquanto o comércio centro-africano funciona com dificuldades.