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Vida em França

O contexto económico da França a menos de um mês das eleições presidenciais

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Como tem sido o caso nestas últimas semanas e quando já falta menos de um mês para a primeira volta das presidenciais aqui em França, debruçamo-nos sobre um dos aspectos da campanha eleitoral. Nesta edição, abordamos o contexto económico do país bem como as propostas que têm surgido entre os 12 candidatos às presidenciais.

O preço do gás e do petróleo tem vindo a aumentar e prevê-se a prazo uma penúria em cereais devido ao conflito ucraniano.
O preço do gás e do petróleo tem vindo a aumentar e prevê-se a prazo uma penúria em cereais devido ao conflito ucraniano. AFP - ERIC PIERMONT
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Para além do presidente cessante que é candidato à sua propria sucessão, podemos mencionar nomeadamente dois candidatos da extrema direita, Eric Zemmour e Marine le Pen, no campo conservador Valérie Pécresse, no campo socialista Anne Hidalgo, mais à esquerda, Jean-Luc Mélenchon, nos verdes Yannick Jadot e no partido comunista Fabien Roussel. 

Entre as propostas feitas pelos candidatos para o sector económico, figuram -à esquerda- promessas de aumento do salário mínimo para valores oscilando entre 1.400 e 1.500 Euros, numa altura em que o salário mínimo em França ascende a 1.269 Euros limpos. Ao recordar que, no caso de se revalorizar o salário mínimo, são as empresas que vão assumir esse esforço, Carlos Vinhas Pereira, professor de finanças da Universidade Paris Dauphine, considera que "se houver um aumento muito importante, pode desequilibrar completamente a situação económica e financeira de uma empresa".

Relativamente a outro dossier recorrente nas campanhas eleitorais, a idade da reforma, o presidente cessante e os seus adversários à direita pretendem fazer passar a idade mínima da reforma dos actuais 62 anos para idades oscilando entre 64 e 65 anos. Já à esquerda, pretende-se no mínimo manter o patamar nos 62 anos, senão mesmo baixá-lo para os 60 anos. Trata-se de "um assunto polémico porque toca muita gente" começa por observar Carlos Vinha Pereira que ao sublinhar que a esperança de vida tem estado a aumentar e que "os postos de trabalho mudaram completamente", refere por outro lado que "hoje em dia, temos que pagar cotizações cada vez mais tempo e do outro lado não entram tantas" receitas.

No tocante à fiscalidade, como sempre tem acontecido, a direita propõe diminuições de impostos nomeadamente para as empresas. "É preciso encontrar um equilíbrio. É verdade que quanto mais de diminui a fiscalidade sobre as empresas, mais investem ou mais empregam pessoal" sublinha o universitário destacando que "o montante pago de prestações sociais é o montante mais elevado do mundo e quando um país tem esta pretensão e tem este objectivo, por outro lado também é o país com mais impostos do mundo para poder pagar estas prestações".

Acerca da protecção do meio ambiente e do clima que são os grandes ausentes desta campanha bem como das anteriores, apesar de vários relatórios alarmistas sobre este aspecto, Carlos Vinha Pereira comenta que "o grande problema com as medidas a favor do clima é o facto de os efeitos não se verem imediatamente" e que os eleitores "estão completamente focados sobre o 'concreto', sobre os salários, sobre as reformas, sobre a maneira de viver no dia-a-dia, isto tudo afasta o resto."

Já sobre o conflito na Ucrânia cujos efeitos se fazem sentir a todos os níveis, nomeadamente na economia francesa, com previsões de crescimento que no começo do ano o governo francês estabelecia a 4% contra agora 3,4% a 2,8%, o economista não deixa de constatar que "evidentemente o panorama é completamente diferente" e que "os candidatos vão ter de ver o que se passa em termos reais para poder ajustar as medidas" que propõem.

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