Fim da campanha eleitoral em São Tomé e Príncipe
Esta sexta-feira marca o fim da campanha para as legislativas, regionais e autárquicas de 7 de Outubro em São Tomé e Príncipe. Após duas semanas de caça aos votos, chegou a hora dos balanços e sobretudo dos apelos ao civismo no próximo domingo.
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No final desta manhã, ao sublinhar que pela primeira vez na história do país, o governo conseguiu completar os quatro anos do seu mandato, o Presidente Evaristo Carvalho também citou o adágio popular “o povo põe, o povo tira”, para apelar os eleitores a votarem “em consciência”.
Evaristo Carvalho, presidente da república de São Tomé e Príncipe
Estas eleições vão ser seguidas de perto, nomeadamente por observadores internacionais da União Africana e da CPLP. Ao evocar os contactos que a serem feitos no âmbito dos preparativos das eleições, o chefe da missão de observação dos países de Língua portuguesa, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste Zacarias Albano da Costa vincou que os observadores “estão aqui para observar, não para sancionar”.
Zacarias da Costa, chefe da missão de observação eleitoral da CPLP
Ao fazer, quanto a si, um balanço globalmente positivo da campanha eleitoral, o presidente da CNE Alberto Pereira, indicou que “está tudo a postos” para as eleições de domingo e apelou para que os eleitores “não esperem até ao último minuto para exercerem o seu direito de voto”.
Alberto Pereira, presidente da CNE sobre preparativos
Ao aludir ao “banho”, a compra de votos, que tem sido uma prática invariavelmente denunciada em todos os pleitos dos últimos anos no país, Alberto Pereira reconheceu que é uma preocupação para a CNE mas sublinha que o fenómeno tem vindo a diminuir “porque tem havido menos dinheiro nas campanhas”, antes de acrescentar que “quanto menos houver este fenómeno, melhor para a democracia”.
Alberto Pereira, presidente da CNE sobre o "banho"
O facto é que a população tem comentado o aparato mais modesto desta campanha eleitoral. Menos festiva do que noutros tempos, esta campanha termina também ensombrada pela morte ontem à noite de um homem de 35 anos numa esquadra policial na cidade da Trindade, no norte do país, a fraca distância da capital, uma ocorrência que gerou muita emoção no seio da população local. Ao referir a este acontecimento a escassos dois dias da votação, o presidente da CNE reconheceu que está preocupado com o impacto que isso poderia ter no processo eleitoral.
Alberto Pereira, presidente da CNE sobre o incidente na cidade da Trindade
É por conseguinte numa atmosfera contrastada que se fecha a campanha eleitoral, com um cortejo fúnebre a formar-se junto de Trindade, a oposição a congregar os seus militantes sem as festas de outrora e o partido do governo a realizar o seu derradeiro comício com um concerto no qual participavam diversos artistas nacionais e estrangeiros.
Reportagem de fim de campanha
Este sábado, as carinhas dos partidos deixam de percorrer o país, calam-se os altifalantes e dá-se espaço à reflexão, nenhuma actividade política sendo autorizada neste dia. Domingo, os cerca de 97 mil eleitores inscritos serão chamados às urnas para dizerem o que esperam para os próximos 4 anos.
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