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São Tomé e Príncipe

STP: Levy Nazaré deixou cargo de secretário-geral da ADI

Levy Nazaré, que era até agora secretário-geral do partido Acção Democrática Independente (ADI), decidiu abandonar o cargo, acatando as decisões do grupo de membros da Comissão Política que o tinha suspendido das funções.

Levy Nazaré, antigo secretário-geral da ADI (Acção Democrática Independente)
Levy Nazaré, antigo secretário-geral da ADI (Acção Democrática Independente) DR
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Levy Nazaré decidiu abandonar o cargo de secretário-geral da ADI. Em conversa telefónica com a RFI, Levy Nazaré decidiu explicar-nos a sua decisão de deixar o cargo de secretário-geral da ADI.

O que podemos dizer desta situação?

A decisão, de um grupo de membros da comissão Política do partido, violou os estatutos porque não têm competência para isso. Eles decidiram subscrever uma carta e suspender as minhas funções. Estatutariamente isso não é possível porque a comissão política não tem essa competência. Apenas o órgão de jurisdição é que pode levantar um processo contra qualquer militante ou dirigente. Depois desse processo disciplinar é que, e segundo a decisão do órgão de jurisdição, se envia o processo para a comissão política para deliberar. Não fizeram isso, nem existe esse órgão. Desde 2010 que esse órgão já não existe dentro do partido, porque não houve mais eleições estatutárias para legitimar os órgãos do partido. Todos nós fomos eleitos em 2010 e desde então não houve mais eleições dentro do partido. Eu próprio fui eleito em 2011 como secretário-geral. Assim está o partido. Por isso esses órgãos já não têm mais legitimidade. Há oito anos que não houve nenhum processo disciplinar. Esse órgão nunca trabalhou. A decisão que eles tomaram viola todos os estatutos e as regras.

Qual foi a sua reacção?

Eu decidi deixar o meu cargo para demonstrar que eu não estou agarrado ao poder e não estou numa luta de poder. Não quero que o meu nome esteja associado a uma luta de poder. Não quero assaltar a presidência do partido. Nunca foi a minha ambição. Eu faço política por paixão e não por carreira. Eu decidi pôr o meu lugar a disposição e ainda hoje entreguei as chaves da sede do partido. Eu deixo o cargo de secretário-geral mas vou continuar como membro da comissão política e como militante do partido. Eu não quero dividir o partido.

Poderá voltar a ter um cargo importante no partido?

Se o partido se transformar num partido democrático, num partido em que não tem uma pessoa que manda e dita todas as regras, num partido em que as decisões são tomadas nos órgãos estatutários, de forma colegial, e não apenas na cabeça de uma pessoa que decide. No dia em que o partido se transformar, obviamente que eu poderei voltar a outras funções dentro do partido. Nunca se deve dizer nunca. Mas como está, não estou disponível, pelo menos como secretário-geral. Continuarei por enquanto como militante e como membro da comissão política até ao Congresso.

Com a saída de Levy Nazaré das funções de secretário-geral da ADI, foi criada uma comissão de gestão partidária, liderada por José da Graça Diogo.

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