Inês Pereira, Presidente da Associação Soleil Brillant, em Paris, diz que “a sociedade são-tomense é bastante machista” e que “muitas mulheres estão à espera de um empurrãozinho para que saiam do beco”. Nesta entrevista, conheça a história da “menina Inês do luchan", que depois de uma licenciatura em Serviço Social, se tornou motorista de pesados em França e é co-fundadora de um partido em São Tomé.
A pretexto do Dia Internacional da Mulher, a RFI falou com duas dirigentes associativas lusófonas que vivem em Paris, onde militam pelos direitos das mulheres em São Tomé e Príncipe e Moçambique.
Inês Pereira é Presidente da associação são-tomense Soleil Brillant e Helena Barreto é a representante em França da Organização da Mulher Moçambicana.
Inês Pereira emigrou para Portugal em 1997 e, devido à crise que abalou a economia portuguesa, foi para Paris em 2009. Licenciada em Serviço Social, hoje trabalha como motorista de camiões de mercadorias, fundou uma associação são-tomense em Paris e também foi fundadora do Partido Força do Povo que concorreu às legislativas de 2018 em São Tomé e Príncipe.
“Eu não vim de uma família política, não vim da elite. Eu vim lá do bairro, lá do ‘luchan’. A menina Inês que ia para a escola descalça. Eu estive lá, mas hoje eu estou cá, com orgulho de ser a pessoa que sou, independentemente de não estar no meu país neste momento a dar a minha contribuição como gostaria de dar. Mas, de facto, eu sinto-me a mulher realizada e eu tenho a certeza que muitas mulheres de São Tomé e Príncipe estão à espera de um empurrãozinho, de uma força, de uma luz para que elas saiam do seu beco”, testemunhou Inês Pereira, na entrevista que pode ouvir ao clicar na imagem principal.
“A sociedade são-tomense é bastante machista e, por isso, a mulher são-tomense tem dois obstáculos para tentar resolver que é o problema do machismo e depois a integração dela na sociedade são-tomense”, acrescentou.
Inês Pereira eHelena Barreto vão participar na Jornada de Reflexão sobre os Direitos das Mulheres a nível dos Países Lusófonos e da França, em Bagneux, nos arredores de Paris, este sábado. Um evento organizado pela associação Luso-Balnéolaise.
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