Japão:agravam-se problemas judiciais de Ghosn

Três semanas depois da sua prisão imprevista em Tóquio, Carlos Ghosn está longe de recuperar a liberdade. O presidente executivo da Renault, foi acusado nesta segunda-feira de ocultação de rendimentos durante cinco anos. Esta nova acusação faz com que a custódia policial de Ghosn,seja prolongada.

Carlos Ghosn, presidente da Renault REUTERS/Regis Duvignau

Detido desde o dia 19 de Novembro , o então presidente executivo da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, Carlos Ghosn, pensava que a sua custódia policial limitar-se-ia a algumas horas ou, no máximo, a alguns dias.

Todavia a nova acusação de que é objecto o patrão francês, leva a pensar que o processo judicial no qual está envolvido Carlos Ghosn será bastante longo.

A Procuradoria japonesa de Tóquio indiciou na segunda-feira o dirigente da Renault, por este último, de acordo com os magistrados japoneses, não ter declarado às autoridadesda Bolsa de Valores cerca de 5 mil milhões de iénes (38 milhões de euros) de rendimentos, entre 2010 e 2015.

O seu braço direito Greg Kelly, preso no mesmo dia que Carlos Ghosn, foi igualmente indiciado. A custódia policial de Ghosn e Kelly foi prolongada por mais 22 dias , devido à suspeitas de que ambos reduziram os seus vencimentos na ordem de 4 mil milhões de iénes, entre 2015 e 2018. Nissan, a firma japonesa que foi resgatada por Ghosn, é também processada na qualidade de entidade jurídica.

Carlos Ghosn que foi demitido das funções de presidente da Nissan e da Mitsubishi Motors, poderá igualmente ser indiciado por abuso de poder. Ele é suspeito de ter recorrido a condomínios de luxo, pagos pela Nissan. Segundo observadores, com estas novas acusações, Carlos poderá ser mantido sob custódia da polícia japonesa, até aos primeiros meses de 2019.

De acordo com os especialistas, o processo judicial de Ghosn vai afectar a aliança Renault-Nissan, estabelecida em 1999, e transformada em primeiro grupo automóvel mundial,graças à integração na mesma de Mitsubishi Motors.