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Guiné-Bissau

Guiné-Bissau, “Estado falhado” entre os mais corruptos do mundo

A Guiné-Bissau está entre os países mais corruptos do mundo no ranking sobre corrupção da ONG Transparency International. João Paulo Batalha, director executivo da associação Transparência e Integridade, fala em “Estado falhado”. Angola e Moçambique também estão entre os piores classificados. Cabo Verde e São Tomé e Príncipe registaram melhorias.

Rua de Bissau.
Rua de Bissau. ISSOUF SANOGO / AFP
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A Guiné-Bissau está entre os países mais corruptos do mundo, de acordo com o Índice de Percepções de Corrupção 2016, da ONG Transparency International, publicado hoje. Bissau ocupa o lugar número 168 entre os 176 países analisados.

João Paulo Batalha, director executivo da Transparência e Integridade, Associação Cívica - a representante da ONG em Portugal - aponta a Guiné-Bissau como um “Estado falhadosem “vontade efectiva de garantir um mecanismo de prevenção e de combate, minimamente eficaz, à corrupção”.

É um país onde as próprias instituições do Estado não estão a ser capazes de cumprir eficazmente as suas funções de garantir o interesse público, promover o desenvolvimento e, obviamente – integrado em tudo isso – impedir o desvio, a fraude, o abuso e a corrupção”, explicou à RFI João Paulo Batalha.

Oiça aqui a entrevista completa.

 

06:26

João Paulo Batalha sobre Relatório

Angola ocupa a 164ª posição, enquanto Moçambique cai para o 142º lugar, dois países onde, de acordo com João Paulo Batalha, “continua a haver uma situação de desestruturação do Estado no sentido de incapacidade de prevenir problemas de corrupção e, muitas vezes, uma promiscuidade demasiado grande entre os decisores e os agentes económicos que faz com que os próprios recursos públicos sejam um pouco capturados por estas elites político-económicas que usam esses recursos em benefício próprio”.

A acentuar o mau resultado de Moçambique estão, ainda, as chamadas “dívidas escondidas”.

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe registaram melhorias em relação ao ano passado, estando em 38º e 62º lugares, respectivamente. “Tem havido um esforço maior em melhorar os índices e os indicadores de governança, melhorar o controlo sobre as finanças públicas, sobre as actividades do Estado que têm relevância económica e, portanto, há uma organização mais eficaz do próprio sistema político e do sistema económico que basicamente nega a oportunidades à corrupção”, acrescentou João Paulo Batalha.

A Guiné Equatorial voltou a não ser analisada neste relatório porque é “um país muito fechado” e “é impossível recolher indicadores suficientes para se fazer uma avaliação suficientemente sólida”.

O relatório deste ano, com o subtítulo 'O círculo vicioso da corrupção e da desigualdade tem de ser combatido', aponta que "a ascensão dos políticos populistas em muitos países é um sinal de alerta”.

Globalmente, a tendência não é positiva, é de degradação das condições de transparência e de boa governança na generalidade dos países. Isso reflecte, por um lado, uma enorme desconfiança dos cidadãos e dos observadores externos no funcionamento destes estados e destas democracias, mesmo quando estamos a falar de democracias consolidadas, e isso, por sua vez, dá azo a estes fenómenos populistas”, concluiu o dirigente da ONG.

Nova Zelândia e Dinamarca são as países menos corruptos do mundo e a Somália o mais corrupto.


 

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