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França/Paquistão

Presidente paquistanês realiza visita oficial a Paris

Asif Ali Zardari será recebido pelo presidente francês Nicolas Sarkozy. Os dois devem discutir a cooperação para o desenvolvimento de energia nuclear para fins civis e a discussão de estratégias na luta contra o terrorismo.

O presidente paquistanês Asif Ali Zardari foi recebido por Nicolas Sarkozy no Palácio do Eliseu.
O presidente paquistanês Asif Ali Zardari foi recebido por Nicolas Sarkozy no Palácio do Eliseu. Reuters
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O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, está em Paris para uma visita oficial de dois dias. Nesta segunda-feira, ele se encontra com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, com quem discutirá estratégias na luta contra o terrorismo, as relações com o vizinho Afeganistão e o programa nuclear do país. O Paquistão está interessado em desenvolver energia nuclear para fins civis e adquirir reatores franceses. A negociação começou na primeira visita de Zardari, em 2009.

Na ocasião, as autoridades paquistanesas anunciaram que a França tinha aceitado realizar a transferência desse tipo de tecnologia para o país. Mas o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota, em seguida, apenas declarando que a França "estaria pronta para cooperar que o desenvolvimento do programa nuclear paquistanês se desenvolva nas melhores condições de segurança." E a questão dos reatores acabou não sendo esclarecida.

Trata-se, na verdade, de uma questão diplomaticamente delicada. A França já se dispôs a vender os reatores para a Índia, que não é signatária do TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear), mas beneficia de um acordo com os Estados Unidos fechado em 2006, que facilita as negociações com outros países de material nuclear.

Já no caso dos paquistaneses, que possuem a bomba e também não assinaram o TNP, um possível compromisso com o franceses depende do aval da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que controla de perto esse tipo de atividade na região. O tratamento diferenciado teria irritado as autoridades paquistanesas.

Um dos maiores temores da comunidade internacional é que as redes terroristas extremistas consigam obter material no Paquistão para fabricar a arma nuclear.  O vazamento na Internet de documentos confidenciais do exército norte-americano, na semana passada, mostrando prováveis ligações entre o governo paquistanês e os rebeldes do Afeganistão, aumenta ainda mais a desconfiança das potências ocidentais.

Parceriana sobre segurança

Durante o encontro, Sarkozy e Zardari também deveriam assinar uma parceria franco-paquistanesa sobre a segurança, que prevê a troca de informações entre os serviços secretos dos dois países e o fornecimento de equipamentos militares para auxiliar as autoridades paquistanesas na luta contra o terrorismo. O documento, entretanto, não ficou pronto a tempo, e deve ser assinado só em outubro pelo primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani. Ainda em Paris, o presidente paquistanês visita o museu de arte Guimet, onde está em cartaz a exposição "A Arte do Ghandara." Na terça-feira ele se reúne com o ministro das relações exteriores Bernard Kouchner e depois vai até a de Normandia, onde a família Butto tem uma propriedade.

Depois da França, Zardari, segue para Londres, onde se encontra com o primeiro ministro britânico David Cameron. A visita do presidente paquistanês também é aguardada com expectativa. Principalmente depois das declarações feitas por Cameron durante sua viagem à India, que acusou Islamabad de uma possível colaboração para a exportação do terrorismo.
 

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