Memorial da escravatura e tráfico negreiro na Guiné-Bissau
A vila de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau, passa a ter a partir de hoje o primeiro memorial da escravatura e tráfico negreiro. Dados oficiais apontam para mais de 12 milhões o número de africanos, transportados para as Américas e Europa enquanto escravos.
Publicado a:
A vila de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau, passa a ter o primeiro memorial da escravatura e tráfico negreiro. É um edifício forjado junto ao rio Cacheu justamente no local onde os escravos capturados eram embarcados em navios negreiros rumo ao novo mundo de então.
Dados apresentados pela organização que instituiu o memorial de Cacheu, apontam para mais de 12 milhões o número de africanos, transportados para as Américas e Europa enquanto escravos. Muitos desses homens, crianças e mulheres teriam sido levados a partir de Cacheu.
É esta vila que tem o memorial que consiste num pavilhão multiusos, salas de formação, residência para investigadores e um museu que preserva alguns artefactos que marcavam o dia-a-dia dos escravos.
Nesse museu podem-se ver bastões de ferro, chicotes, tachos, correntes e metais que era usado para marcar os escravos, depois de aquecidos no lume.
Tomás Barbosa, ministro da cultura da Guiné-Bissau, disse que o memorial deve ser usado como um chamariz para os descendentes de escravos para que possam voltar à terra dos seus antepassados.
O memorial de escravatura e tráfico negreiro de Cacheu foi construído num edifício em ruínas que servia como um centro de comércio na época colonial.
Mais pormenores com o nosso correspondente, Mussá Baldé.
Correspondência de Mussá Baldé
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro