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Moçambique

Cimeira internacional sobre gás em Maputo

Maputo é palco, esta quinta e sexta-feira, da Cimeira sobre o Gás em Moçambique. O sector privado exige do Estado a criação de condições para que a exploração dos recursos naturais seja feita em situação de vantagem mútua. 

Cidade de Maputo. Imagem de arquivo de 2015.
Cidade de Maputo. Imagem de arquivo de 2015. ADRIEN BARBIER / AFP
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O sector privado moçambicano exige a criação de um orgão independente que garanta que a exploração dos recursos naturais no país, traga vantagens para todos os envolvidos, nomeadamente o Estado, empresas nacionais e estrangeiras.

Uma exigência da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, na voz de Álvaro Massingue, durante a cimeira internacional sobre o gás que decorre em Maputo.

O Centro de Integridade Pública, uma ONG moçambicana, lançou dois relatórios que revelam que são sombrias as perspectivas de receitas para o Estado com a exploração do gás natural e petróleo leve pela Sasol uma petroquímica sul-africana, nos campos de Pande e Temane na província de Inhambane, no sul do país.

Para o CIP, em dez anos de actividade da Sasol, o Estado moçambicano apenas arrecadou 7,9% dos cerca de um bilhão e setecentos milhões de euros projectados pelas autoridades moçambicanas.

Oiça aqui a reportagem de Orfeu Lisboa.

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Orfeu Lisboa, Correspondente em Maputo

A cimeira conta com a participação de membros do Governo, operadores da indústria, empresas parceiras e instituições financeiras.

Na cimeira, Omar Mithá, o presidente da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) - a companhia que controla as participações do Estado moçambicano na indústria extractiva - disse que Moçambique tem condições para se impor no mundo como uma potência no gás natural mas tem de encontrar uma estratégia de venda eficaz.

Omar Mithá declarou que a decisão final de investimento pelo consórcio liderado pela italiana ENI para a Área 4 da Bacia do Rovuma, no norte de Moçambique, é um sinal de que as empresas do setor têm confiança no potencial do gás moçambicano.

O responsável indicou, também, que os avanços entre o governo e o consórcio liderado pela norte-americana Anadarko rumo a uma decisão final de investimento na Área 1 da Bacia do Rovuma consolida o optimismo em relação ao futuro do gás natural moçambicano.

No final de Abril, o presidente do Instituto Nacional de Petróleo de Moçambique, Carlos Zacarias, disse que prevê que a exportação de gás natural da Bacia do Rovuma possa começar entre 2022 e 2023.

Dias antes, a consultora BMI Research divulgou uma nota em que previa que a exportação de gás natural de Moçambique seja adiada dois anos, ou seja para 2022, em relação à previsão inicial. Em causa, a complexidade técnica e a falta de infra-estruturas de apoio, assim como a actuação dos governos e o caso das dívidas escondidas do Estado moçambicano que prejudicou a economia e fez retrair os investidores e as multinacionais.

Nos últimos anos, cerca de 200 triliões de pés cúbicos de gás foram descobertos na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.

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