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Turquia/Protestos

Em meio a escândalo de corrupção, premiê turco remaneja equipe de governo

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyp Erdogan, anunciou grandes mudanças em sua equipe de governo na noite desta quarta-feira, 25 de dezembro de 2013, com o objetivo de colocar um ponto final no escândalo de corrupção sem precedentes que abalou seu poder. Mas manifestações em várias cidades do país continuam pedindo sua demissão.

Manifestantes protestam contra o partido governista turco AKP e seu premiê Tayyip Erdogan  em Istambul, na noite de quarta-feira, 25 de dezembro de 2013.
Manifestantes protestam contra o partido governista turco AKP e seu premiê Tayyip Erdogan em Istambul, na noite de quarta-feira, 25 de dezembro de 2013. REUTERS/Osman Orsal
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Após uma reunião com o chefe de Estado, Abdullah Gül, o premiê Erdogan anunciou ter substituído quase metade de seu governo após a demissão de três ministros envolvidos em um escândalo político-financeiro que teve o efeito de um verdadeiro "terremoto político" no país.

Na noite desta quarta-feira, manifestações pedindo a demissão de Erdogan aconteceram em várias cidades do país, incluindo Istambul e Ancara.

Em Istambul, cerca de cinco mil pessoas foram dispersadas de maneira violenta pela polícia. Os manifestantes gritavam slogans contra Erdogan, que enfrenta seu maior desafio desde que a elite islâmico-conservadora que ele dirige chegou ao poder em 2002.

Um novo protesto está sendo planejado para esta sexta-feira na praça Taksim em Istambul, epicentro do movimento de contestação que sacudiu o país em junho.

Rivalidade

Nesta quarta-feira pediram demissão os ministros do Interior, da Economia e do Meio Ambiente. Os filhos deles foram implicados em um escândalo de corrupção.

Entre os ministros que foram substituídos está o encarregado das Relações Europeias, Egemen Bagis, cujo nome foi mencionado nas investigações por suposta corrupção, mas que não havia pedido demissão.

Imediatamente após o anúncio de sua demissão, Erdogan Bayraktar, ministro do Meio Ambiente, pediu a saída do primeiro-ministro, um questionamento inédito em seu próprio campo.

"Pelo bem dessa nação e desse país, creio que o primeiro-ministro também deveria pedir demissão", disse Bayraktar, apontando que o chefe do Executivo havia aprovado os lucrativos projetos de desenvolvimento imobiliário mencionados na investigação.

O escândalo, que envolve principalmente o diretor do banco público Halkbank e suspeitas de tráfico ilícito de ouro para o Irã, fraudes e desvio de dinheiro público, deixou Recep Tayyp Erdogan em uma posição delicada.

Os analistas relacionam as atuais turbulências com a guerra entre o primeiro-ministro e seu ex-aliado, o influente religioso Fethullah Güllen, exilado nos Estados Unidos e chefe de uma poderosa confraria islâmica.

Erdogan respondeu à onda de prisões que atingiu seus próximos com uma verdadeira limpeza na polícia, que junto com a magistratura é o principal bastião da confraria. Centenas de oficiais de polícia foram demitidos em todo o país.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro disse que o escândalo é um "complô" orquestrado no exterior para semear a discórdia dentro da Turquia e desestabilizar o governo.

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