Brasil: Oposição nas ruas pelo fim do governo Dilma
Milhares de pessoas manifestavam este domingo um pouco por todo o Brasil contra o governo de Dilma Rousseff. Os seus apoiantes também saíam às ruas para denunciar os ataques da oposição ao Partido dos Trabalhadores.
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Esperava-se uma grande mobilização da parte da oposição e das franjas mais conservadoras da sociedade civil para mais uma vez reclamar a destituição da presidente Dilma Rousseff.
O senador Aécio Neves, presidente do Partido Social-Democrata Brasileiro (PSDB), força política conservadora da oposição, desfilava hoje nas ruas de São Paulo onde a contestação ao governo devia juntar mais pessoas.
Também em São Paulo, bastião da oposição, foi cancelada, por questões de segurança, uma manifestação de movimentos sociais e apoiantes do Partido dos Trabalhadores e do governo. Contudo, também um pouco por todo o território brasileiro estavam previstas manifestações de apoio ao governo.
O segundo mandato da chefe-de-Estado brasileira tem sido marcado por uma forte contestação devido ao processo Lava-Jato que tem revelado escândalos de corrupção ligados à petrolífera estatal Petrobras e que afectam o PT.
Com um escasso nível de popularidade, o país afundado nos segundo ano de recessão económica, um afastamento progressivo do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), principal aliado no governo, Dilma vê-se ainda a braços com o recente pressão judicial sobre seu mentor e antigo presidente Lula da Silva por suspeitas de corrupção.
O sociológo português Boaventura Sousa Santos comenta esta "polarização social" e considera que a oposição pretende romper com a regularidade democrática pois não há nenhuma razão para Dilma não cumprir o seu mandato.
Boaventura Sousa Santos - Sociólogo português
Ainda na América Latina, refira-se que também decorreram ontem manifestações na Venezuela reclamando a destituição do presidente Nicolás Maduro. Em igual número, estiveram nas ruas os apoiantes do sucessor de Hugo Chávez, muito contestado nomeadamente devido à adopção do estado de emergência económica, decretado a 15 de janeiro, um decreto renovável por 60 dias que lhe dá poderes presidenciais acrescidos.
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