Turquia :após golpe fracassado receia-se purga
A tentativa de golpe fracassada na Turquia confirma a tensão latente entre sectores das forças armadas e o poder político liderado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan. O chefe de Estado turco conseguiu neutralizar a golpe que resultou em pelo menos duas centenas de mortos graças nomeadamente à mobilização popular através das redes sociais. No passado, Erdogan acusou as redes sociais de representarem uma ameaça à estabilidade da Turquia. O Presidente turco que passava férias na estância balnear de Marmaris, prometeu punir severamente os militares golpistas.
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Após a fracassada tentativa de golpe militar contra o regime de Recep Tayyip Erdogan que resultou num banho de sangue e na danificação de vários edifícios públicos, entre os quais, o Parlamento em Ancara, o Chefe de Estado turco recebeu o apoio dos seus principais vizinhos e aliados na Europa e Médio-Oriente. O Irão cujas relações com a Turquia se caracterizam por uma forte tensão devido ao conflito na Síria saudou o restabelecimento do poder de Recep Tayyip Erdogan, afirmando que não há lugar para golpes de Estado no Médio-Oriente.Por intermédio do eumir Sheik Tamin bin Hamad, o Qatar realçou o apoio dado pelos turcos à Recep Tayyip Erdogan na sua luta para neutralizar o golpe de Estado.A Arábia Saudita através do Ministério dos Negócios Estrangeiros saudou também o retorno à normalidade da vida institucional na Turquia.
Recep Tayyip Erdogan que já regressou a Ancara, bem como o seu Primeiro-Ministro Binali Yildirim preveniram que os militares golpistas e os seus apoiantes serão punidos severamente, pelo acto que ambos qualificaram de traição. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, cujo país tem relações estreitas com a Turquia, condenou a tentativa abortada de golpe de Estado e lançou um apelo ao Presidente Erdogan para que os golpistas sejam julgados no respeito das leis turcas.Segundo Angela Merkel, "o respeito pelo direito de todos e a protecção das minorias são os fundamentos mais sólidos para a manutenção da democracia". A semelhança da chanceler Merkel,o Presidente dos Estados Unidos ,Barack Obama exortou todos protagonistas da vida política turca a evitar à violência e o derramamento de sangue. Algumas capitais ocidentais receiam que a punição dos militares golpistas desemboque numa purga sangrenta.
O Primeiro-Ministro da Turquia, Binali Yildirim, anunciou sábado que 161 pessoas, excluindo os golpistas, morreram no decurso da falhada tentativa de golpe de Estado e 2.839 militares suspeitados de envolvimento foram detidos.
De Ancara, José Pedro Tavares com mais pormenores sobre a abortada tentativa de golpe de Estado na Turquia.
Correspondência José Pedro Tavares.Ancara
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