Purga na Turquia terá alastrado a despedimentos maciços
O Governo turco alargou hoje a enorma purga que estava fazendo no sector militar e judicial, após o falhado golpe de estado da passada sexta-feira à noite, ao sector da educação. As autoridades não só demitiram 1577 reitores das diferentes faculdades públicas e privadas, mas também suspenderam 15,000 professores do ensino público, e retiraram a licença a 21,000 professores do ensino privado.
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Mais de 60 000 pessoas já foram despedidas, ou suspensas depois do golpe, numa enorma caça às bruxas que está a ir muito para lá do que era esperado ou razoável, e que, dizem os críticos, estará a ser utilizada para eliminar opositores.
No ministério do interior 8 777 pessoas foram suspensas, incluindo 8 000 polícias e 30 governadores civis. Hoje também o Governo cancelou a carteira de jornalista a dezenas jornalistas.
Para além disso, o governo cancelou as férias de 3 milhões de funcionários públicos, e também suspendeu as viagens aos estrangeiro de todos os funcionários públicos.
As autoridades turcas acusam o religioso islamico Fetullah Gulen, exilado nos EUA, de orquestrar o golpe, e prometaram limpar a sociedade turca desse vírus, como disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Ontem o primeiro.ministro Binali Yildirim disse que iam “extraí-los pela raíz com uma lâmina!”.
No Ocidente aumenta a preocupação sobre as retaliações contra os golpistas e outros suspeitos, entre clamores para a reintrodução da pena de morte: Bruxelas já avisou que espera que tudo se passe de acordo com o estado de direito e com os principios democráticos e dos direitos humanos, depois de varios militares suspeitos de terem planeado o golpe apresentarem feridas e contusões após os primeiros interrogatórios.
A UE também já avisou que a reintrodução da pena de morte poderia significar o fim do processo de adesão.
A caça às bruxas atinge todos, entre os detidos estáo irmãos de deputados do partido no governo, o próprio ajudante de campo do presidente, e os dois pilotos da força aérea turca que abateram o jacto russo em Novembro passado.
Com José Pedro Tavares, correspondente em Ancara.
Também hoje em Lisboa no encontro mantido entre os presidentes francês e português este último se referiu ao respeito dos princípios de um Estado de direito democrático incluindo a abolição da pena de morte.
Uma medida que a Turquia equaciona abolir por forma a aplicá-la aos alegados autores da tentativa de golpe.
Marcelo Rebelo de Sousa apelou à paz na Turquia e ao respeito da não admissão da pena de morte.
Presidente português sobre o restabelecimento da pena de morte na Turquia
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