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Estados Unidos da América

Martin Luther King morreu há 50 anos

Faz hoje 50 anos que Martin Luther King, o ícone da luta pelos Direitos Civis nos Estados Unidos, Prémio Nobel da Paz em 1964, morreu assassinado por um activista segregacionista a 4 de Abril de 1968 em Memphis, aos 39 anos de idade.

Martin Luther King aquando do célébre discurso "I have a dream", em Washington, a 28 de Agosto de 1963.
Martin Luther King aquando do célébre discurso "I have a dream", em Washington, a 28 de Agosto de 1963. AFP
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"Tenho o sonho de que um dia, nas colinas vermelhas do Estado de Geórgia, os filhos dos escravos e os filhos dos antigos donos dos escravos sejam capazes de se sentar juntos à mesa da fraternidade". Este sonho formulado entre muitos outros num discurso pronunciado a 28 de Agosto de 1963 perante mais de 250 mil pessoas em Washington, depois da Grande Marcha a favor da igualdade dos Direitos Civis fez entrar Martin Luther King para a História.

Nascido em 1929 em Atlanta, no sul segregacionista dos Estados Unidos, este filho de pastor protestante, ele-próprio também pastor, é desde muito cedo sensível às questões de segregação racial. Na segunda metade dos anos 50, então jovem sacerdote no Alabama, também no sul, Luther King torna-se a voz dos militantes anti-racismo cujo activismo começa então a ganhar relevância, à imagem do gesto simbólico de Rosa Parks, operária negra que no dia 1 de Dezembro de 1955 recusou ceder o seu lugar no autocarro a um passageiro branco, o que impulsionou outras acções nos anos seguintes.

Apesar das crescentes ameaças sobre a sua segurança, Martin Luther King vai começar viajar pelo país fora a partir desse período para sensibilizar as populações sobre a necessidade de lutar pacificamente pela igualdade de direitos para todos.

Em 1960, instala-se na sua cidade natal e dá continuidade localmente ao seu activismo, o que o vai conduzir em Outubro desse mesmo ano à prisão. Perante o impacto nacional deste caso, ele acaba por ser solto depois da intervenção do então candidato à presidência, John F. Kennedy, o que poderá ter contribuído para vitória deste último uma semana depois, a 8 de Novembro de 1960.

Doravante figura nacional da luta anti-segregação, com o ponto culminante da Grande Marcha de 1963 e o Nobel da Paz em 1964, o seu activismo e o empenho de milhares de outros militantes vão levar à adopção igualmente em 1964 do Civil Rights Act que autoriza o governo federal a aplicar medidas conducentes à abolição da segregação.

Estes sucessos e esta visibilidade vão fazer com que Luther King seja igualmente crescentemente atacado pelos seus adversários. Crescem movimentos apóstolos de uma acção mais radical, como por exemplo os simpatizantes do Black Power.

Também em rota de colisão com a Casa Branca depois de se ter publicamente pronunciado contra a guerra no Vietname em 1967, Martin Luther King continua sobretudo a suscitar vivas resistências por parte dos supremacistas brancos. Aquando de uma visita a Memphis onde devia apoiar um movimento de greve, Martin Luther king foi mortalmente atingido com uma bala de um activista segregacionista a 4 de Abril de 1968, este assassinato tendo provocado violências em centenas de cidades.

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Percurso de Martin Luther King

50 anos depois, o seu legado continua vivo. O seu percurso continua a ser um dos mais estudados no seu país e sobretudo, ainda hoje, continua a ser uma fonte de inspiração para movimentos como "Black lives matter" que combatem a violência policial contra os negros nos Estados Unidos.

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