Camboja: Hun Sen revendica vitória esmagadora
O partido do primeiro-ministro Hun Sen anunciou nesta segunda-feira, 30 de Julho, que venceu as eleições legislativas realizadas no domingo no Camboja. Recorde-se que estas eleições não contaram com a participação do principal partido de oposição, Partido de Salvação Nacional do Camboja, considerado ilegal no ano passado.
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A vitória nas eleições legislativas no Camboja não deverá escapar ao primeiro-ministro Hun Sen, que governa o país asiático desde a queda dos khmers vermelhos há 33 anos.
Segundo as últimas estimativas divulgadas pelo Partido Popular Cambojano, o partido no poder deverá conquistar os 125 assentos parlamentares.
Mais de oito milhões de eleitores participaram no escrutínio geral cambojano, que decorreu na normalidade e com a presença de vários observadores de países como a China e a Rússia.
A oposição cambojana qualificou a eleição geral de golpe contra a democracia, acusando Hun Sen de silenciar e excluir os seus adversários políticos.
Um escrutínio contestado, na medida em que a principal força da oposição não participou por ter sido dissolvida em 2017. O Partido de Salvação Nacional do Camboja foi dissolvido, na sequência de uma ordem judicial, depois do líder da oposição ser acusado de ter conspirado com estrangeiros para derrubar o Governo.
Para Phil Robertson, director adjunto da Human Rights Watch (HRW) para a Ásia, que está na capital Phnom Penh, estas eleições não foram livres:
"Analisando os resultados das eleições, constatamos que os votos inválidos chegam em segundo lugar. Esses votos foram destruídos ou riscados pelos eleitores para que não fossem contabilizados. O que é também muito preocupante é que o Governo tentou tirar, através uma campanha de propaganda, legitimidade destas eleições. Convidaram muitos observadores internacionais, populistas, bem como neofascistas italianos e de outros países. A comunidade internacional deveria condenar vigorosamente esta nova mentira do poder cambojano, segundo a qual este Governo tem legitimidade e foi eleito em condições democráticas", concluiu.
Ouça as declarações de Phil Robertson.
Phil Robertson, director adjunto da Human Rights Watch
De referir que os resultados finais serão divulgados em meados de Agosto.
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