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BRASIL

Brasil: ministro da justiça ouvido no Senado

O ministro brasileiro da justiça, Sérgio Moro, denunciou hoje perante o Senado um grupo criminoso estar a atacar a luta contra a corrupção. O antigo juíz anti-corrupção foi ouvido devido à divulgação da sua troca de mensagens com os procuradores através do portal Intercept.

Sérgio Moro, ministro brasileiro da justiça, foi ouvido no Senado.
Sérgio Moro, ministro brasileiro da justiça, foi ouvido no Senado. Sergio Moro Facebook
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"É um movimento claro para anular condenações pretéritas de pessoas que cometeram crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, impedir novas investigações e atacar as instituições brasileiras".

Eis como Sérgio Moro qualificou na câmara alta do parlamento brasileiro as suspeitas que sobre ele incidiram na sequência da divulgação há cerca de dez dias no portal Intercept da suas conversas com os procuradores .

Na altura Moro investigava casos do processo Lava Jato (iniciado em 2014) que implicaram, nomeadamente, a condenação a prisão efectiva do ex presidente Lula da Silva, actualmente detido por corrupção.

Moro denunciou o espírito de desforra de informações que qualificou de "sensacionalismo", o actual ministro da justiça alega não reconhecer a autentiticidade das mesmas que poderiam ter sido "total ou parcialmente adulteradas".

Para ele seria perfeitamente normal no Brasil os juízes conversarem com procuradores.

Sérgio Moro frisou que o objectivo do caso Lava Jato era "romper o ciclo da impunidade" no Brasil e vincou a descoberta de uma rede de corrupção na empresa estatal petrolífera Petrobras.

Um caso que alastrou a dezenas de países em África e na América Latina implicando dezenas de empresários, funcionários públicos e políticos.

The Intercept é um portal de investigação co-fundado pelo americano Glenn Greenwald tinha lançado fortes suspeitas contra Moro ao ter divulgado mensagens privadas na rede social Telegram trocadas entre ele e procuradores.

O site em causa deixou a entender que se tratava de uma conspiração visando impedir que o antigo presidente de esquerda, Lula da Silva, oriundo do Partido dos trabalhadores, chefe de Estado entre 2003 e 2010, se voltasse a candidatar às eleições de 2018.

Lula seria o favorito, na altura, mas a sua condenação e prisão impediram-no de participar no escrutínio ganho pelo actual presidente Jair Bolsonaro.

Moro negou ter conhecido Bolsonaro, em Julho de 2017, quando Lula foi condenado em primeira instância a uma pena de 9 anos e meio de cadeia, revista depois para uma duração inferior, o ex presidente que está detido desde Abril de 2018.

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Sérgio Moro, ministro brasileiro da justiça

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