CEDEAO: Cimeira decisiva este domingo em Accra

Os países da CEDEAO reúnem-se este domingo em Accra, Gana, numa cimeira decisiva para as juntas militares no poder no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso. Bamaco espera o levantamento das sanções, mas o calendário de transição proposto pela junta militar ainda está longe das exigências iniciais da CEDEAO. 

Os países da CEDEAO reúnem-se este domingo em Accra, Gana. © Wikicommons

Levantamento, manutenção ou endurecimento das sanções? É a questão que se encontra em cima da mesa na cimeira da CEDEAO que hoje decorre em Accra. Os dirigentes da África Ocidental têm que voltar a analisar o plano de acção face às juntas militares no poder através da força no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso.

Os estados-membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental devem, nomeadamente, pronunciar-se sobre o Mali, que desde 9 de Janeiro é alvo de duras medidas financeiras e comerciais e que aceitou recentemente os pré-requisitos indispensáveis ao levantamento das sanções.

O Burkina Faso e a Guiné-Conacri até ao momento estão apenas suspensos da organização, mas a vontade das juntas militares ficarem três anos no poder, é considerado demasiado longo para os chefes de estado da sub-região e podem vir a conduzir os países para fortes medidas sancionatórias.

Nas últimas semanas, Bamaco redobrou os esforços para provar à CEDEAO a sua boa vontade, e por isso espera que este domingo se traduza num levantamento total ou parcial das sanções.

No início da semana passada a Junta militar maliana anunciou um calendário eleitoral, como prova do seu compromisso na passagem do poder aos civis. Assim sendo, propõe eleições municipais em Junho de 2023, legislativas em Outubro desse mesmo ano e presidenciais em Fevereiro de 2024. O fim da transição fica neste calendário previsto para Março de 2024.

Trata-se de um período demasiado alargado, considerando as exigências iniciais da CEDEAO, todavia pode ser suficiente para conseguir um compromisso.