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Ruanda/RDC

Ruanda deixa de acolher refugiados provenientes da RDC

O presidente ruandês, Paul Kagamé, anunciou nesta segunda-feira perante o Senado, câmara alta do parlamento, que o país deixaria de acolher refugiados provenientes da vizinha República democrática do Congo (RDC). Segundo a ONU cerca de 72 000 refugiados provenientes do antigo Zaire estariam no Ruanda. Kinshasa acusa Kigali de apoiar a rebelião do M23, activa no leste do seu território, facto contestado pelo Ruanda. 

Presidentes ruandês, Paul Kagamé, e da RDC, Félix Tshisekedi durante uma cimeira em Luanda a 6 de Julho de 2022, em torno das tensões no leste do antigo Zaire.
Presidentes ruandês, Paul Kagamé, e da RDC, Félix Tshisekedi durante uma cimeira em Luanda a 6 de Julho de 2022, em torno das tensões no leste do antigo Zaire. © Jorge Nsimba AFP montagem RFI
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A Organização das Nações Unidas (ONU), num relatório publicado em Dezembro passado, afirma ter provas sólidas da intervenção directa das forças de defesa ruandesas no território do antigo Congo belga, pelo menos entre Novembro de 2021 e Outubro de 2022.

O M23, uma antiga rebelião tutsi, continua activa no leste da RDC.

O Ruanda alega que o seu vizinho, com eleições presidenciais agendadas para Dezembro de 2023, tem instrumentalizado este conflito com fins eleitoralistas e de ter "fabricado" um massacre que, segundo a ONU, teria ocorrido nos finais de Novembro de 2022 por parte do M23, uma ocorrência que poderia ter provocado a morte a 131 civis nas aldeias de Kishishe e Bambo.

São várias as mediações em curso para tentar resolver a contenda, nomeadamente do presidente queniano e do chefe de Estado angolano.

Paul Kagamé afirmou que o Ruanda não pode continuar a suportar o fardo dos refugiados provenientes da RDC.

"Este não é o problema do Ruanda. E vamo-nos assegurar que todos percebam isso. 

Começando por mostrar aos que pensam que é o problema do Ruanda e não o da RDC, antes de mais, tirem daqui estes cidadãos do Congo Kinhsasa !

A todos aqueles que chegam cá diariamente a dizer que as instituições e o governo deles não funciona correctamente, vou-lhes dizer que também isso não é da minha conta !

E se é da minha conta também é da conta da comunidade internacional, é a ela que me dirijo: tanto o vosso, como o meu ! Mas recuso que o Ruanda carregue este fardo e seja insultado e abusado diariamente por conta disto !"

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