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Gabão

Gabão: Confrontos fazem mais dois mortos

Dois homens morreram na quinta-feira à noite em Libreville, a capital do Gabão, em confrontos com as forças de segurança. Sobe, assim, para cinco o número de mortos em protestos e distúrbios após o anúncio da reeleição de Ali Bongo, na quarta-feira.

Procissão fúnebre de Axel Messa, esta manhã, em Libreville.
Procissão fúnebre de Axel Messa, esta manhã, em Libreville. MARCO LONGARI / AFP
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Dois homens morreram na quinta-feira à noite em Libreville, na sequência de confrontos com as forças de ordem, constataram dois jornalistas da agência France Presse. Bekam Ella Edzang, estudante de Direito de 27 anos, foi atingido por um tiro no abdomen e não resistiu aos ferimentos. Axel Messa, de 30 anos, teria sido alvejado em frente a sua casa, de acordo com o testemunho da mãe recolhido pela France Presse. O seu corpo, envolto numa bandeira do Gabão, foi esta manhã levado em procissão por manifestantes no bairro de Nzeng Ayng.

Sobe, assim, para cinco o número de mortos em protestos e distúrbios após o anúncio da reeleição de Ali Bongo, na quarta-feira.


Ali Bongo rejeita qualquer responsabilidade nos distúrbios pós-eleitorais

O presidente do Gabão, Ali Bongo, rejeitou qualquer responsabilidade nos distúrbios provocados pela sua reeleição e falou em “grupúsculos formados para destruir”.

A democracia não rima com sucessos autoproclamados, com grupúsculos formados para destruir. A democracia não se coaduna com a tomada de assalto de um parlamento e da televisão nacional”, declarou Ali Bongo Ondimba durante uma breve intervenção no palácio presidencial.

As eleições deram o seu veredicto (…) Quem perdeu? Um grupúsculo cujo único projecto consistiu em tomar o poder para se servir do Gabão e não para servir o Gabão”, acusou, ainda, o filho e sucessor de Omar Bongo que retomou a cadeira do poder aquando da morte do pai em 2009, depois de este ter estado 41 anos à frente dos destinos do país.

O líder da oposição Jean Ping reagiu de imediato, acusando Bongo de ser a causa dos motins : "A minha resposta é muita clara. Temos aqui um tirano que mata, mata e fala de democracia. E ridículo. Ele é que tem a chave de tudo. Se quer calma, pode ter calma. Basta ele comporta-se, precisamente, como um democrata.".

O governo anunciou a detenção de mil pessoas e a comunidade internacional questionou a fiabilidade dos resultados das eleições presidenciais.

Na quarta-feira, a comissão eleitoral anunciou a reeleição de Ali Bongo com 49,80% dos votos contra 48,23% para Jean Ping, o que representa uma diferença de 5.594 votos, num total de 627.805 eleitores inscritos neste pequeno país, rico em petróleo, e com apenas 1,8 milhões de habitantes.
 

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