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Analistas reconhecem mediação de João Lourenço em África

Os analistas angolanos reconhecem o facto de Angola ter sido convidada pela União Africana para mediar o conflito entre o Ruanda e a RDC, mas, no plano interno, recordam a intransigência de Luanda quanto a qualquer negociação com os independentistas de Cabinda.

João Lourenço, Presidente de Angola. Imagem de arquivo.
João Lourenço, Presidente de Angola. Imagem de arquivo. AFP - ALEXANDER NEMENOV
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O especialista em Relações Internacionais Osvaldo Mboco e o politólogo Olívio Nkilumbo entendem que o convite da União Africana ao Presidente angolano, João Lourenço, para mediar a crise que opõe o Ruanda e a RDC demonstra o papel de Luanda na pacificação da Região dos Grandes Lagos e do continente.

Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais, entende que a solicitação tem a ver com o contributo que o Presidente angolano tem dado em prol da paz em África. Segundo docente universitário, o facto de Angola ser, nos últimos tempos, a placa giratória de concertações políticas do continente também terá influenciado a escolha de João Lourenço.

Relativamente à distinção da União Africana como "Campeão da Paz e Reconciliação em África”, Osvaldo Mboco destacou a importância do Chefe de Estado angolano na resolução de matérias ligadas à gestão e segurança de conflitos em África.

Angola continua a ser uma placa giratória em termos de concertações políticas e é notado os esforços do Presidente João Lourenço na Região dos Grandes Lagos, com o objectivo de pacificação da própria região, daí que se entende que o Presidente João Lourenço é um interlocutor válido para estas questões porque tem sabido ouvir as várias partes e tem procurado consenso dentro do quadro daquilo que são os problemas de segurança que assolam  o continente africano”, declarou Osvaldo Mboco.

O politólogo Olívio Nkilumbo diz que a escolha não é novidade, sendo que João Lourenço ao tomar posse já havia enumerado  o conflito entre o Ruanda e a RDC como uma das prioridades do mandato de Angola na liderança da Região dos Grandes Lagos.  

Olívio Nkilumbo não concorda com a distinção de “Campeão da Paz e Reconciliação em África” ao Presidente João Lourenço e questiona os critérios aplicados pela União Africana.

Quando João Lourenço tomou posse, trouxe a questão dos Grandes Lagos, mas ele olhou para questão do Ruanda e da RDC. Eu sempre pensei que estivesse a mediar este conflito já. Quando eu ouço a União Africana a chamá-lo, pode ser que seja uma questão mais oficial. Estes prémios só terão grande valor quando as pessoas perceberem que estes prémios foram, de facto, campeões da boa governação”, enfatizou o politólogo.

No plano interno, muitas vozes se insurgem em relação à questão do controlo dos meios de comunicação social pelo poder ou ainda pela intransigência quanto à recusa de qualquer negociação com os independentistas de Cabinda que continuam activamente a reivindicar a separação do resto de Angola.

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