Miguel Jorge entrega carta de Lula a Ahmadinejad em Teerã

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Miguel Jorge, encontrou-se nesta terça-feira com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em Teerã. Miguel Jorge encerrou visita de dois dias ao país, acompanhado de uma delegação de 86 empresários brasileiros interessados em novas oportunidades de negócios no Irã. 

Encontro do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Miguel Jorge. Reuters

O encontro entre o presidente iraniano e o ministro brasileiro foi curto, durou apenas meia hora, mas foi tempo suficiente para Miguel Jorge selar a simpatia recíproca. Não sendo segredo para ninguém que Ahmadinejad adora futebol, ele ganhou de presente uma camisa da seleção brasileira junto com uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enfatiza a importância do comércio bilateral. Na carta, Lula não menciona a questão nuclear. Os dois chefes de Estado devem abordar o assunto a portas fechadas, em maio, durante a visita de Lula a Teerã.

O Irã representa um enorme potencial de negócios para o Brasil, como comprova o aumento de 28,2% das exportações brasileiras no ano passado. Miguel Jorge e a delegação de 86 empresários brasileiros de 13 setores produtivos – da infraestrutura ao automobilístico, passando pelo alimentício e outros – esperam abocanhar todas as fatias possíveis desse mercado promissor. Principal exportador para o Irã de carne de boi e frango inteiro, o Brasil também desperta interesse por suas produções de etanol, milho, soja, óleo de soja, sorgo e cana-de-açúcar, além da construção civil.

Cerca de 150 empresários iranianos participaram da rodada de negociações com os industriais brasileiros, que devem ter se lembrado do conselho de Miguel Jorge antes da reunião. "Negociem com interesse e esforço, pois, do contrário, o espaço existente será preenchido pelos chineses, eles estão chegando aqui também, eles estão em todos os lugares", alertou o ministro.

De Teerã, a missão comercial brasileira seguiu para o Cairo, no Egito.