França assinalou 5 anos após atentados de 13 de Novembro de 2015
A França prestou homenagem nesta sexta-feira às 130 vítimas dos atentados de 2015. Uma homenagem que foi muito sóbria devido à pandemia de Covid-19 e ao confinamento que o país cumpre desde 30 de Outubro e na sequência das ameças terroristas que têm voltado a manchar o território francês.
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Só nas últimas semanas um professor foi degolado perto de Paris por ter mostrado caricaturas de Maomé na sua sala de aula e em Nice três pessoas foram assassinadas numa basílica católica.
A França assinalou, ainda assim, nesta sexta-feira o quinto aniversário dos atentados que ceifaram a vida a 130 pessoas em três recintos da capital francesa, os mais mortíferos de sempre no país.
Margarida Sousa, porteira em Paris, cujo prédio perto da sala de espectáculos do Bataclan acolheu feridos dos atentados lamenta o facto de que a pandemia de Covid-19 implique que as celebrações se façam em formato reduzido.
"Acabámos por não poder fazer aquilo que fazíamos de costume", explica ela, lembrando que a memória destes atentado "fica sempre marcado na vida, mas nós temos que continuar a viver", desabafou Margarida Sousa que recolheu e ajudou alguns dos feridos que se tinham refugiado no prédio vizinho da sala de espectáculos do Bataclan, um dos três recintos alvo dos ataques.
Margarida Sousa, porteira de prédio parisiense perto do Bataclan
Michael Dias, filho da primeira das vítimas, um taxista em Saint Denis, perto de Paris e do estádio "Stade de France", alega que é necessário tratar das causas dos atentados em vez de ficarmos pelo registo emocional.
"A cada aniversário e a cada ataque terrorista o que acontece é que se deixa falar muito a emoção e pouco o racional nesta análise. O presidente vem dizer aquelas coisas para a gente chorar e basicamente diz isso que não passarão, que estamos em guerra, que atacam o nosso estilo de vida, há uma infatilização muito grande, eu acho, do povo e eu não quero cair nisso. Eu convido mais a pensar de forma crítica em vez de cedermos à compaixão e à memória e à emoção, isso não ajuda nada. Acho que há muito mais coisas para pensar e dizer neste quinto aniversário do que voltar a falar da emoção do quanto dói perder um pai. O importante é pensarmos nas causas do terrorismo, o que é que está na origem, fazer a genealogia dos acontecimentos."
Michael Dias, filho de Manuel Dias, primeira vítima dos atentados de 13 de Novembro de 2015
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