França: Extrema-direita no poder em 2027 "não seria uma surpresa completa"

Jordan Bardella é o novo Presidente da União Nacional, após ter sido eleito este fim de semana. Ele sucede a Marine Le Pen na liderança do partido que vai, doravante, dedicar-se à Presidência do grupo parlamentar, que conta agora com 89 deputados. 

Marine Le Pen, antiga Presidente do Partido de extrema-direita, União Nacional. AP - Michel Euler

A candidatura de Le Pen às próximas eleições presidenciais de 2027 é uma forte probabilidade. Diogo Sardinha, antigo Presidente do Colégio Internacional de Filosofia em Paris, falou sobre a possibilidade da extrema-direita chegar ao poder em França. 

"Nenhum de nós pode fazer futurologia. O que é importante é constatar a tendência que nos tem acompanhado e que tem evoluído até agora. Essa tendência é a da institucionalização, da regularização, da habituação ao facto de que, este discurso da extrema direita, por um lado amezinou-se por um certo tempo, o que permitiu essa entrada em força no parlamento", começou por referir.

Diogo Sardinha recordou, no entanto, que, por exemplo, em certas eleições, os franceses optam por votar em determinados candidatos, que não eram a sua primeira opção, de modo a não deixar a extrema-direita chegar ao poder, algo que, no futuro, não o surpreende que possa vir a acontecer.

"Até agora, digamos, tem havido uma maioria de eleitores que face a esse perigo da extrema-direita, num último momento, vota em candidatos pelos quais não votaria numa circunstância normal. Resta saber até que ponto é que este comportamento vai ser efectivo, até que ponto é que as pessoas vão aceitar votar por um candidato que não é delas, mas que é menos mau, digamos assim, do que uma candidata como a Marine Le Pen. Isso nenhum de nós pode dizer, mas o risco de uma queda para o outro lado tem vindo a acentuar-se. Não seria uma surpresa completa", rematou o nosso entrevistado.

Ouça aqui o comentário de Diogo Sardinha:

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Diogo Sardinha, comentário do dia 07-11-2022