Sarkozy decepciona durante programa de televisão
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, decepcionou a imprensa local em sua participação, na noite desta quinta-feira, de um programa de televisão. Sem grandes declarações, o chefe de estado respondeu às perguntas de nove franceses selecionados pela produção do programa.
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Durante pouco mais de duas horas Nicolas Sarkozy conversou com comerciantes, funcionários públicos, aposentados e desempregados, teoricamente representativos da população francesa. Mesmo se questões delicadas foram abordadas (como a alta do custo de vida e o desemprego), poucas declarações importantes foram feitas. O chefe de estado prometeu se mobilizar para a criação de empregos e disse que a luta contra a falta de segurança é uma das prioridades de seu governo em 2011.
Essa não foi primeira vez que o presidente participou desse tipo de programa na televisão. Mas desta vez o lider francês sofre com uma queda importante de popularidade e ainda atravessa uma crise ligada aos escândalos envolvendo seus ministros. As viagens da atual ministra das Relações Exteriores Michèle Alliot-Marie à Túnisia, à convite do presidente deposto Ben Ali, e as férias do primeiro-ministro François Fillon no Egito, às custas do presidente Hosni Mubarak, criaram constrangimento no governo. Sarkozy defendeu sua equipe, alegando que o dinheiro dos cofres públicos franceses não foi gasto nessas viagens e que as férias de seus ministros não mudaram em nada a posição da diplomacia francesa em relação ao Egito ou à Tunísia.
Logo no começo do programa Sarkozy teve que responder às questões ligadas à crise do Judiciário francês, após um dia de manifestações em que milhares de juízes, agentes penitenciários e policiais saíram às ruas em protesto contra as críticas feitas pelo presidente ao mal funcionamento do sistema. Ele anunciou um amplo diálogo com a categoria para ver o que precisa mudar.
O estopim da crise foi o recente assassinato de uma jovem de 18 anos, cujo principal suspeito é um criminoso reincidente. Segundo Sarkozy, o homem não poderia ter sido libertado sem vigilância. O presidente considera que a justiça falhou em sua missão, uma crítica que não foi bem recebida pelos magistrados. Durante a entrevista televisiva, Sarkozy manteve o tom firme, dizendo que quando juízes e policiais cometem erros, eles têm de assumir a responsabilidade. "A repreensão não é contra a categoria prosfissional. O caso da jovem Leticia é específico. Se houve falhas, é necessário apontar os responsáveis", disse o chefe de Estado.
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