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França

Mais suspeições de corrupção do PCA Renault Carlos Ghosn

O futuro do poderoso industrial do automóvel, Carlos Ghosn, PCA da Renault/Nissan, detido por fuga ao fisco, no Japão, ficou hoje mais negro, com novas revelações de que terá comprado duas residenciais de luxo, no Rio de Janeiro e em Beirute, com fundos do grupo automóvel japonês.

Carlos Ghosn, PCA da Renault, detido no Japão por fuga ao fisco e suspeições de corrupção
Carlos Ghosn, PCA da Renault, detido no Japão por fuga ao fisco e suspeições de corrupção REUTERS/Regis Duvignau
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O conselho de administração do grupo automóvel francês, Renault, está reunido hoje para eleger uma direcção colegial interina para substituir o seu presidente, Carlos Ghosn, sob custódia policial, desde ontem no Japão, suspeito de ter ocultado 38 milhões de euros dos seus rendimentos ao fisco japonês.

Ghosn, foi detido, na sua qualidade de ex-PCA do maior grupo automóvel mundial, Nissan, empresa japonesa, por ter declarado apenas uma parte do seu astronómico salário de cerca de 45 mil euros por dia!

A situação de Ghosn agravou-se hoje no Japão, porque, segundo a imprensa japonesa, ele teria comprado, com fundos da Nissan, duas residenciais de luxo no Rio de Janeiro e em Beirute, num valor de 18 miliões de dólares.

Convém recordar que Carlos Ghosn, tinha nacionalidade francesa, mas, brasileiro de origem libanesa, tinha igualmente nacionalidade libanesa e brasileira.

O grupo japonês Nissan faz aliança com a empresa francesa, Renault, duplo grupo, presidido por Carlos Ghosn, um dos homens mais poderosos do mundo.

Enquanto o conselho de administração do grupo francês está reunido, em Paris, o Estado francês já reagiu através do seu ministro de Economia, Bruno Le Maire, que declarou que Ghosn "já não está em condições de dirigir a Renault".

Philippe Lagayette, administrador no conselho e Thierry Bolloré, número 2, do grupo automóvel francês, são os nomes mais avançados pela imprensa para substituir Carlos Ghosn, à frente da Renault.

De notar que o estado francês, que dispõe de 15% das acções no Grupo Renault, pede que Carlos Ghosn, seja substituído, por uma direcção interina.

Mas o ministro francês, Le Maire, sublinhou, que o estado não vai pedir a "demissão formal de Carlos Ghosn, porque não tem provas" daquilo que está a ser acusado no Japão.  

Todavia, acrescentou o ministro francês da Economia: "quando soube da notícia" da detenção de Ghosn, "pedi ao ministro da Ação Pública, Gérald Darmanin, que comprovasse a situação fiscal de Carlos Ghosn em França".

Bruno Le Maire, afirmou ainda que vai entrar em contacto com as autoridades japonesas para reconfirmar a importância que a "aliança entre a Renault e Nissan" tem para França. 

Até agora, o governo francês não identificou nenhuma fraude fiscal do PCA, Ghosn, detido, no Japão.

Aliás, também, em Tóquio, o conselho de administração da Nissan, está reunido para votar a demissão formal do seu presidente, Carlos Ghosn. Um terceiro grupo automóvel, igualmente, japonês, Mitsubishi Motors, de que era presidente, vai tomar uma posição semelhante. 

De notar enfim, que as Bolsas europeias e jaonesas, continuam a registar baixas no sector automóvel e tecnológico, devido, nomeadamente, à detenção de Carlos Ghosn.

A Bolsa de Paris, abriu, hoje, em baixa, com uma perda global de 0,45%, enquanto, no caso particular da Renault registou-se uma perda 8,4% das suas acções.

Na Bolsa de Tóquio, os grupos Nissan e Mitsubishi perderam respectivamente, 4% et 7% das suas acções.

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