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França

Ex-Presidente francês Sarkozy defenderá inocência até no Tribunal europeu dos direitos humanos

O antigo Presidente Nicolas Sarkozy defendeu numa entrevista ao jornal LE FIGARO a sua inocência depois de ter sido condenado por corrupção a 3 anos de prisão, 2 com pena suspensa e 1 com prisão efectiva, por um tribunal de Paris. Sarkozy que recorreu da sentença, afirma estar disposto a defender a sua inocência até ao Tribunal europeu dos direitos humanos. 

Ex-Presidente francês Sarkozy defenderá inocência até no Tribunal europeu dos direitos humanos
Ex-Presidente francês Sarkozy defenderá inocência até no Tribunal europeu dos direitos humanos AP - Christophe Ena
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"Todas as vezes que houve vício procedimental na instrução do processo até ao julgamento, senti-me mais forte e revoltado com o não respeito dos princípios de um Estado de direito", foi assim que o ex-Presidente Nicolas Sarkozy, comentou a sua condenação por corrupção, por um tribunal de Paris. 

"Minha determinação e minha indignação decuplicaram e tenho recebido numerosos testemunhos de apoio de observadores franceses e estrangeiros que dizem estar chocados com o que se passa. em França", afirmou, Sarkozy.

"Eu sei que este é um combate de longa duração, já fiz apelo da sentença e talvez o caso vá parar mesmo no Tribunal europeu dos Direitos humanos, o que será para mim um grande sofrimento ter de condenar o meu próprio país, mas estou decidido a fazê-lo porque é o preço da democracia", sublinhou o antigo Presidente da República.

Sarkozy foi condenado a 3 anos de prisão, sendo 2 com pena suspensa e 1 ano de prisão efectiva, no escândalo de corrupção, envolvendo a Líbia e o antigo Presidente Kaddafi que teria financiado a sua campanha eleitoral nas presidenciais de 2012.

Perguntado, se é a vingança dos juízes que ele chamou de pesos galo, quando era chefe de Estado, Sarkozy, respondeu, que o facto de se colocar a pergunta já diz muito sobre o clima em que vivemos, insistindo na jurisprudência do Tribunal europeu dos direitos humanos que é clara, bastando haver uma pequena dúvida sobre a imparcialidade do juíz para que o justiciável peça a sua substituição.

Para Sarkozy, tribunal europeu já admitiu em vários casos a parcialidade de juízes. Sarkozy afirma ainda que sempre denunciou a endogamia que existe entre certos magistrados e noutros meios, e que chegou a dizer que ele próprio, era um francês de sangue misturado e que gostaria que os franceses de sangue misturado estejam também representados na magistratura.

Sarkozy não será candidato às presidenciais mas recusou dizer se apioiará Macron

Sarkozy, recusa ter recebido um euro sequer para benefício próprio durante a sua campanha presidenciail de 2012, já que pagou do seu bolso 360 000 euros, a sua equipa de campanha pagou dívidas de 11 milhões de euros, e não foi reembolsado pelo organismo de gestão financeira das campanhas.

Tudo ficou demonstrado no Tribunal e que não cometeu nenhum crime porque não existe prova nenhuma jurídica. Logo, "não pode aceitar a pena de 1 ano de prisão efectiva e 2 com pena suspensa". 

Perguntado então se se trata duma justiça política, Sarkozy, disse não acreditar globalmente isso mas que "tem a impressão que o procurador nacional financeiro foi criado especialmente para o acusar e que tudo fará para saber se a justiça é serena, tranquila e imparcial no Estado de direito e que não se calará porque o assunto é grave".

LE FIGARO, quis saber ainda se recebeu algum telefonema do Presidente Macron, Sarkozy, disse que não queria entrar em iindiscrições mas agradeceu o ministro do Interior, Gérard Darmanin pelo seu apoio amigável. 

Sarkozy  disse ter ainda agradecido ao seu Partido dos Republicanos, que está a contar com ele como candidato às eleições presidenciais de 2022.

Mas sublinhou que não será candidato como prometeu no passado,  o que não quer dizer que não fará campanha como militante e cidadão e que na devida altura dirá quem vai apoiar e argumentará junto dos seus companheiros de partido, recusando responder se apoiará Macron, nota, LE FIGARO.

01:07

Nicolas Sarkozy reage à sua condenação pela justiça francesa

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