Guiné-Bissau: CNE vai fazer apuramento das presidenciais
A Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau convocou para esta terça-feira a plenária para realizar o apuramento nacional das eleições presidenciais de 29 de Dezembro, cumprindo, assim, o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça. O Primeiro-ministro, Aristides Gomes, considerou a posição da CNE como “a mais sensata possível" e apelou à calma.
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Terminou o braço-de-ferro entre a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Supremo Tribunal de Justiça. A Comissão Eleitoral aceitou acatar a ordem do Supremo Tribunal e esta terça-feira, 25 de Fevereiro, vai realizar o apuramento nacional dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais de 29 de Dezembro.
Questionado pela RFI sobre o recuo da CNE - que afirmava ter já cumprido com o que lhe pede o Supremo Tribunal - o primeiro-ministro, Aristides Gomes, considerou a posição da CNE como “a mais sensata possível, pois não fica bem a ninguém desrespeitar uma ordem judicial”.
Sobre o facto de Umaro Sissoco Embaló anunciar que vai tomar posse como Presidente eleito, esta quinta-feira, sem aguardar pela decisão do Supremo Tribunal relativamente ao contencioso eleitoral, o primeiro-ministro guineense pede calma.
“Quando há um mal-estar geral, é preciso evitar situações que possam produzir uma certa deflagração, é preciso não incendiar a situação. Se você tem uma situação de pólvora, tem que fazer tudo para evitar que aquilo que possa produzir o fogo possa estar ao lado. Portanto, é essa a ideia. É preciso nós termos calma. Quem ganhar, mais dia, menos dia, acabará por ser investido. Quem ganhar. Agora, quem decide neste momento quem é investido é o Supremo T’ribunal de Justiça que já tem o dossier nas mãos”, afirmou.
Recorde-se que o Supremo Tribunal de Justiça ordenou a repetição do apuramento nacional na sequência de um recurso interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira, apontado pela CNE como derrotado nas eleições, tendo o órgão eleitoral atribuído a vitória a Umaro Sissoco Embaló.
Na sexta-feira, a CEDEAO admitiu impor sanções aos guineenses que não contribuíssem para a normalização do país e pediu aos políticos para evitarem declarações que ponham em risco a paz. Além disso, a CEDEAO pediu à CNE e ao Supremo Tribunal de Justiça para cooperarem em nome da salvaguarda da “integridade do processo eleitoral”.
Aristides Gomes, Primeiro-ministro da Guiné-Bissau
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