Guiné-Bissau: Iaia Djaló demite-se por "honestidade política"
O antigo chefe da diplomacia guineense Iaia Djaló demitiu-se das funções de conselheiro especial do Presidente José Mário Vaz, por questões de "honestidade política".
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Há muito que essa hipótese era admitida nos círculos políticos do país, Iaia Djaló, já não é conselheiro especial do Presidente José Mário Vaz, cargo para o qual foi nomeado a 16 de Outubro de 2016.
Em carta dirigida ao chefe do Estado e datada de ontem (4/05) Iaia Djaló agradece ao Presidente a confiança nele depositada, e informa-o de que se demite de conselheiro presidencial por uma "questão de princípios, coerência, honestidade e transparência política".
Mussá Balde, correspondente em Bissau
Djaló, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros no governo do falecido Presidente Kumba Yalá, escreve ainda que não poderia continuar a assessorar José Mário Vaz, quando é o presidente do Partido da Nova Democracia, que não reconhece o actual executivo liderado por Umaro Sissoko Embaló e exige a demissão do Presidente.
Recorde-se que PAIGC, PCD, PND e UM ou seja quatro dos cinco partidos com representação na Assembleia Nacional Popular consideram ilegítimo e inconstitucional o actual governo que apenas é reconhecido pelo PRS.
O agora ex-conselheiro especial do Presidente guineense alega ainda como motivo para bater com a porta, o facto de o seu partido considerar que José Mário Vaz ainda não cumpre o Acordo de Conacri, instrumento político patrocinado pela CEDEAO para pôr termo à crise política na Guiné-Bissau, que prevê a formação de um governo de consenso entre os partidos com representação parlamentar e a nomeação de um primeiro ministro também consensual e da confiança do Presidente.
Na carta justificando a sua demissão Iaia Djaló afirma ainda que tomou a decisão também para "assumir os compromissos e responsabilidades políticas com o PND e alinhar-se com os valores da democracia".
Em comunicado data desta sexta-feira (5/05) o PAIGC vencedor das eleições gerais de 2014 exige a "aplicação sem reservas ou subterfúgios do Acordo de Conacri cuja ponto 1 passa pela demissão do actual primeiro ministro e a nomeação do Dr. Augusto Olivais como primeiro ministro consensualmente aceite na República irmã da Guiné por todos os subscritores do referido acordo".
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