Renamo descontente com desarmamento de Dhlakama
A Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, veio mostrar a insatisfação com o desarmamento do líder Afonso Dhlakama referindo que esta decisão aumenta as desconfianças com o executivo moçambicano.
Publicado a:
As declarações foram feitas pelo porta-voz da Renamo, António Muchanga, em conferência de imprensa na capital. "Esta atitude em si , demonstra a falta de seriedade por parte do governo que pode agudizar as desconfianças que existem entre nós. Não confiamos na Polícia da República de Moçambique e ninguém deve ser obrigado a ser guarnecido, exclusivamente, por pessoas que não são de confiança".
Na passada sexta-feira, a polícia moçambicana invadiu a casa do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, na cidade da Beira, no centro de Moçambique, um dia depois deste ter saído do mato. Dhlakama acabou por entregar as armas a um grupo de mediadores e os dezasseis guardas, inicialmente detidos, deverão agora integrar as forças polícias de Moçambique.
Condenado o cerco à casa de Dhlakama
O professor Lourenço do Rosário, que condena vivamente o cerco militar e considerou que o acordo alcançado na passada sexta-feira, é uma "rampa de lançamento" para a desmilitarização da Renamo e a retoma do diálogo com o Governo, admitindo que o "Centro de Conferências Joaquim Chissano não é o modelo mais adequado para tal e que um encontro imediato entre Afonso Dhlakama e o presidente Filipe Nyusi não é pertinente.
"O líder da Renamo resolveu de uma forma simbólica, entregar as armas (16) dos seus guardas, de modo a permitir viabilizar as conversações para a integração dos seus homens na polícia e nas Forças Armadas, o que seria o início de todo o processo de desmilitarização da Renamo...os homens que foram desarmados hoje, deverão ser integrados numa unidade de protecção, incluindo parte da polícia, para ele deixar de ter homens próprios armados" afirma o também reitor da Universidade A Politécnica".
Desde as eleições gerais de 15 de Outubro do ano passado que Moçambique vive na incerteza política com a Renamo a contestar os resultados e com a proposta de criação de seis autarquias províncias, onde reclama vitória. No último mês quatro incidentes graves opuseram a Renamo e as Forças de Segurança, três dos quais envolveram o líder da oposição.
António Muchanga, porta-voz da Renamo
Declarações recolhidas pela agência de notícias Lusa.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro