Tailândia extradita "mercador da morte" para os EUA
As autoridades russas voltaram a protestar hoje contra a extradição do ex-oficial russo Viktor Bout para os Estados Unidos. Conhecido como o "mercador da morte", ele estava detido há dois nas na Tailândia e foi extraditado hoje, a pedido da justiça norte-americana.
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O ex-piloto de caças das Forças Armadas Soviéticas é acusado de ter usado uma frota de aviões de carga para transportar ilegalmente armas para países da América do Sul, Africa, Asia e Oriente Médio.
Bout foi detido em março de 2008, em um hotel de Bancoc, depois de ter encontrado agentes secretos norte-americanos que, disfarçados de guerrilheiros das FARC, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, fingiam querer comprar armas. Apesar disso, o ex-oficial nega as acusações de tráfico e afirma que suas atividades eram legais, tese que tem o apoio de Moscou.
Em um comunicado divulgado nesta terça-feira, o ministério russo das Relações Exteriores disse que a extradição é ilegal e que a decisão da justiça tailandesa foi tomada devido à pressão de Washington.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou que Moscou vai usar todos os meios possíveis para apoiar Viktor Bout.
Segundo especialistas, o governo russo apoia incondicionalmente o ex-oficial por temor de que segredos da época soviética, inclusive ligados ao tráfico de armas, cheguem aos ouvidos das autoridades norte-americanas.
Entre as acusações de Washington contra Bout, está a que ele teria vendido armas para grupos da rede terrorista Al-Qaeda.
Viktor Bout teria iniciado sua carreira nos anos 90, aproveitando os depósitos de armas que foram abandonados com a queda da União Soviética. Ele teria inspirado o filme "O senhor das Armas" interpretado por Nicolas Cage.
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