Acusado de rebelião, Carles Puigdemont está em Bruxelas
O presidente destituído do governo catalão, Carles Puigdemont, está em Bruxelas. A informação foi dada horas depois de o Ministério Público espanhol ter apresentado acusações de rebelião, sedição e fraude contra os principais membros do executivo catalão.
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Fonte oficial do governo confirmou que o líder independentista, Carles Puigdemont, está em Bruxelas. De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, também estão na capital belga “outros membros do Governo destituído”.
Hoje, o Ministério Público espanhol formalizou a apresentação de acusações contra os principais membros do executivo catalão por rebelião, sedição e fraude e contra a presidente do Parlamento regional e os membros da mesa que processaram a declaração de independência.
Uma das denuncias será feita à Audiência Nacional e a outra ao Tribunal Supremo, sendo que a ambos os tribunais foi pedida a comparência “com carácter urgente” dos suspeitos devido à “gravidade dos acontecimentos e dos delitos imputados”.
Estes crimes podem ser punidos com penas de até 30, 15 e seis anos de prisão.
O secretário de Estado belga para as Migrações e Asilo, Theo Francken, do partido independentista flamenco N-Va, disse, este domingo, que Carles Puigdemont pode pedir “asilo político” na Bélgica, mas avisou que Bruxelas não iria lançar o tapete de “boas-vindas”.
Na sexta-feira, o parlamento regional aprovou a independência da Catalunha e o governo central de Madrid anunciou a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições a 21 de Dezembro e a destituição de todo o Governo catalão.
Hoje, o primeiro dia de trabalho após a dissolução dos órgãos de autonomia catalães, apenas o ex-conselheiro do Território e Sustentabilidade, Josep Rull, desafiou a ordem de destituição ao publicar uma foto nas redes sociais em que aparece no seu escritório. Rull acabaria por abandonar o local pouco tempo depois, afirmando, no entanto, que continuará com a sua agenda, agora como “ministro da nova República”. Alguns outros ex-membros do governo estiveram nos seus antigos locais de trabalho, mas todos tinham autorização de comparecer para retirar os seus objetos.
Também Carmen Forcadell, a destituída presidente do Parlament, esteve presente na sede da câmara catalã, acabando por desconvocar a reunião da mesa parlamentar prevista para a manhã de terça-feira porque o parlamento “foi dissolvido”. Forcadell, no entanto, é também a líder da mesa de deputação permanente, um pleno reduzido composto por 23 deputados que continua em funções apesar da dissolução do pleno parlamentar ordinário.
Oiça aqui a correspondência de Miguel Araújo.
Miguel Araújo, Correspondente em Espanha
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