Miguel Diaz Canel novo presidente cubano
A Assembleia nacional cubana deu posse a Miguel Diaz Canel para dirigir a ilha. Este civil sucede a Raul Castro, que assumira o poder há dez anos após a liderança de Fidel Castro. Diaz Canel torna-se no primeiro presidente cubano nascido após a revolução de 1959. Miguel Diaz Canel era o único candidato à sucessão de Raul Castro.
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O novo dirigente cubano, de 57 anos, ocupava o cargo de vice-presidente e é engenheiro electrónico de formação.
No seu discurso de tomada de posse ele prometeu "assegurar a continuidade da revolução cubana" e apostar na "modernização da economia".
O novo dirigente cubano prestou uma longa homenagem a Raul Castro, qualificando-o de melhor discípulo do seu irmão Fidel, emblemático dirigente da revolução cubana falecido em 2016.
Esta passagem de testemunho entre Raul Castro, de 86 anos, e Miguel Diaz Canel coincidia com o aniversário do desembarque anti-castrista da Baía dos Porcos, apoiado pelos americanos.
Castro manter-se-á, porém, na presidência do Partido comunista, que dirige a ilha das Caraíbas, até 2021.
Diaz Canel nasceu no centro do país, em Santa Clara, a 20 de Abril de 1960, filho de uma mãe professora primária e de um pai operário.
Aluno brilhante, formado em engenharia eléctrica, acaba por leccionar na universidade antes de dirigir o Ministério do ensino superior em 2009.
Amante de rock do grupo britânico The Beatles, de calças de ganga e da arte contemporânea tem reputação de ser aberto às minorias sexuais e utiliza smartphone e tablet.
Foi, porém, próximo dos irmãos Castro de quem serviu de guarda-costas durante o seu serviço militar.
Em 2012 torna-se um dos oito vice-presidentes e, no ano seguinte, assume o cargo de primeiro vice-presidente.
A sua experiência internacional ilustrou-se em eventos como a cimeira do clima de Paris de 2015, um encontro com o líder norte-coreano Kim Jong un ou com o Papa Francisco.
Porém a sua proximidade com os irmãos Castro leva alguns populares a duvidar da mudança que é suposto estar em curso na ilha.
Pablo Morales Machado, desempregado, alegou ao enviado especial da rfi à Havana, Romain Lemaresquier, que esta passagem de testemunho de Raul Castro para Miguel Diaz Canel é só uma mudança de fachada.
"Antes de mais ele é engenheiro de formação. Não é apoiado nem pelo povo nem pelos generais para a sua carreira política. Para mim será sobretudo uma personagem decorativa suposto ser um ventríloquo, para que se fale através dele.
Parece ser uma cara nova, mas é uma maquilhagem política de Raul para que se dê à comunidade internacional a impressão de uma renovação da geração histórica da renovação cubana que cede lugar a quadros novos.
E como Diaz Canel nunca foi visto como radical é também para que apareça como mais mediador, mais conciliador, para que se tenha a noção de que possa negociar com ele por ele ser mais diplomático."
Pablo Morales Machado, popular em Cuba
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