Hong Kong manifesta contra lei de segurança liberticida imposta pela China
Começou esta sexta-feira em Pequim a Assembleia Nacional do Povo, reunião anual do Partido Comunista Chinês, com exaltações ao triunfo do país no combate à pandemia de Covid-19 e uma proposta de lei de segurança que Pequim quer impor a Hong Kong.
Publicado a:
Ouvir - 00:54
Reunidos até à próxima semana em Pequim, os quase 3 mil deputados vão aprovar as decisões do Partido Comunista Chinês, no congresso inicialmente programado para Fevereiro, mas que foi adiado devido à pandemia da Covid-19.
Entre outras medidas, o regime comunista apresentou na manhã desta sexta-feira (22/05) no Congresso Nacional do Povo uma proposta de lei, que visa proibir o que considera traição, sedição, secessão e subversão em Hong Kong, em resposta aos sete meses de manifestações da oposição pró-democracia no ano passado.
Militantes de oposição de Hong Kong convocaram manifestações para esta sexta-feira (22/05) contra este projecto de lei, que consideram um dos piores ataques contra a autonomia do território "é o fim de Hong Kong, o fim do príncipio um país dois sistemas", disse à imprensa a deputada da oposição Dennis Kwok
A legislação pode ser uma mudança histórica para o território e o pior atentado às liberdades de Hong Kong desde a sua retrocessão em 1997, com o risco de reacender a revolta dos manifestantes de Hong Kong após meses de calma, devido às medidas de isolamento decretadas, para conter a propagação da pandemia de Covid-19.
A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse nesta sexta-feira (22/05) que está pronta para "cooperar plenamente" com Pequim e aplicar a lei de segurança nacional, que o regime chinês quer impor ao território semi-autónomo.
Nas redes sociais estão a ser convocadas novas manifestações em Hong Kong para o próximo domingo, 24 de maio, contra este projecto de lei.
Em 2003 a tentativa de fazer adoptar uma lei anti-subversão em Hong Kong fracassou após manifestações monstras de protesto.
A porta-voz da diplomacia norte-americana Morgan Ortagus alertou para os riscos de desestabilisação que esta lei pode gerar e o Presidente Donald Trump prometeu agir de "maneira muito forte" se tal vier a acontecer.
Esta quinta-feira (21/05) os senadores norte-americanos apresentaram um projecto de lei visando impor sanções a todos os que limitarem a autonoomia de Hong Kong.
Exaltação no combate à pandemia de Covid-19
O primeiro-ministro chinês Li Keqiang, defendeu no parlamento que o país teve uma vitória estratégica na sua resposta à pandemia, dado que a China foi o epicentro do novo coronavírus, com o registo primeiro caso a 17 de Novembro, mas segundo o responsável também foi o primeiro a conseguir controlar a propagação do vírus SARSCoV-2.
O primeiro-ministro reconheceu que o sucesso na luta contra o coronavirus, teve um custo elevado para a economia do país, cujo PIB teve uma contração de 6,8%, pela primeira vez na história da China..
O governo da China decidiu não fixar metas de crescimento para 2020, tendo o primeiro-ministro admitido que o país está confrontado com factores que dificultam previsões e por essa razão será dada prioridade à estabilização do emprego e à garantia dos padrões de vida.
Foi também anunciada a emissão de títulos de tesouro no valor de 128 mil milhões de euros, um plano de investimentos de 481 mil milhões de euros e a redução de 6,6% este ano nas despesas militares.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro