Líbano em dificuldade económica confrontado com 2ª noite de protestos violentos
Milhares de pessoas voltaram a manifestar pela segunda noite consecutivo em Beirute ,para protestar contra a gestão pelo governo da grave crise económica que afecta o Líbano. Os manifestantes não foram convencidos pela decisão do governo de injectar dólares no mercado, para sustentar a libra libanesa confrontada com uma desvalorização progressiva devido às dificuldades económicas do país.
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As manifestações de descontentamento, em Beirute e noutras cidades libanesas, resultaram na segunda noite em vitrinas danificadas e lojas incendiadas. Algumas centenas de jovens entoaram cantos de protestos contra o sectarismo vigente na sociedade libaneza e as forças da ordem lançaram gás lacrimogénio para dispersar os manifestantes.
Na sua maioria jovens rapazes, os manifestantes atiraram pedras e bombinhas de carnaval contra as forças de manutenção da ordem. A escalada da tensão entre manifestantes e forçad da ordem registou-se depois da meia noite.
Na cidade Tripoli, no norte do Líbano, os militares dispersaram milhares de pessoas que gritavam, "revolução, revolução !". Na referida cidade, os contestários atiraram pedrdas e coquetéis molotov contra os militares e as fachadas de vários bancos e lojas foram danificadas. Os militares reagiram lançando gás lacrimogénio.
O presidente Michel Aoun, anunciou depois de uma reunião de crise na sexta-feira, que o Banco Central do Líbano, vai implementar medidas, a partir de segunda-feira, nomeadamente a injecção de doláres no mercado, de forma a apoiar a libra libanesa.
Segundo as agências noticiosas, o que os jovens manifestantes reclamam um emprego e criticam a gestão do banco do Líbano, pelo seu governador, Riad Salame, nas funções desde 1993.
Os media libaneses informam que taxa de câmbio da moeda local, em relação ao dólar norte-americano, é agora de 6000 libras por um dólar no mercado paralelo.
De acordo com alguns peritos, o governo libanês chefiado pelo Primeiro-ministro Hassan Diab, deseja a substituição de Salame.
Os manifestantes acusam o governador do banco central libanês de ter encorajado o Estado, durante décadas, a efectuar empréstimos que somente beneficiaram o sector bancário e a elite política.
Riad Salame é tido, pelos manifestantes, como o responsável pela crise financeira enfrentada actualmente pelo Líbano.
Segundo Hilal Khashan, professor da Universidade Americana de Beirute, a situação económica degradou-se de tal forma, que a classe média libanesa praticamente desapareceu.
O Líbano , um dos países mais endividados do mundo com uma dívida soberana avaliada em mais de 170 % do Poduto Interno Bruto (PIB) entrou em defeito no mês de Março.
As autoridades libanesas estão a negociar, com o Fundo Monetário Internacional, uma ajuda fianceira de vários mil milhões de dólares.
Segunda noite de protestos no Líbano contra crise económica 13 06 2020
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