Coreia do Norte: parada militar em desafio aos Estados Unidos
A Coreia do Norte exibiu nesta quinta-feira, 14 de janeiro, na sua parada militar em Pyongyang, um míssil balístico que pode ser lançado por um submarino, à laia de desafio e prova de força face aos Estados Unidos, a poucos dias da tomada de posse de Joe Biden.
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O desfile militar em Pyongyang destinou-se a assinalar o fim nesta sexta-feira, 15 de janeiro, do 8° congresso do Partido dos Trabalhadores - no poder - no qual Kim Jong Un reiterou que os Estados Unidos são "o principal inimigo" do seu país.
"A arma mais poderosa do mundo, o míssil balístico lançado de um submarino, entrou na praça, um após o outro, demonstrando fortemente o poder das forças armadas revolucionárias", pode ler-se na agência de noticias norte coreana KCNA.
Desfilaram ainda unidades de élite e mísseis com "poderosa capacidade de ataque para aniquilar totalmente os inimigos, de forma preventiva, fora do território e representam nosso poder absoluto", disse o ministro da defesa, Kim Jong Gwan, antes do desfile, o que subentende que o alcance vai além da península coreana e poderia atingir pelo menos o Japão.
Alguns analistas acreditam que a Coreia do Norte e Kim Jong Un estão a enviar uma mensagem a Joe Biden, que toma posse a 20 de janeiro, com o objectivo de obter concessões.
Kim Jong Un e Donald Trump tiveram relações tumultosas, de insultos e ameaças de guerra, mas Donald Trump organizou várias cimeiras diplomáticas com o líder norte-coreano, que foi mesmo elogiado pelo Presidente americano.
No entanto, nenhum progresso foi alcançado nas negociações entre os dois líderes no que diz respeito aos polémicos programas nucleares e balísticos de Pyongyang e o processo está paralisado desde o fiasco da última cimeira, realizada em Hanói, em fevereiro de 2019, que fracassou devido à ausência de consenso sobre as concessões que a Coreia do Norte deveria fazer em troca do levantamento das sanções internacionais a que o país está sujeito.
Coreia do Norte desafia Estados Unidos
A mudança de governo nos Estados Unidos representa um desafio para a Coreia do Norte, já que Joe Biden é habitualmente associado à "paciência estratégica" e deveria seguir uma abordagem mais clássica na sua política externa e além disso, o presidente eleito chamou Kim Jong Un de "valentão" durante os debates presidenciais, contrariamente a Trump que o apelidou de "rocket man" ou "arruaceiro".
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