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Equador/Eleição Presidencial

Equador: quem será o adversário de Andrés Arauz na corrida às presidenciais ?

A 11 de abril terá lugar a segunda volta das eleições presidencais no Equador, cuja primeira volta a 7 de fevereiro, foi vencida por Andrés Arauz, candidato socialista e delfim do antigo Presidente Rafael Correia com 32,2% de votos, seguido pelo candidato ecologista Yaku Perez, que tem vantagem de 4.200 votos em relação ao banqueiro conservador Guillermo Lasso.

Socialista Andrés Arauz vai disputar a 11 de abril a segunda volta da eleição presidencial, com um candidato ainda por definir.
Socialista Andrés Arauz vai disputar a 11 de abril a segunda volta da eleição presidencial, com um candidato ainda por definir. Rodrigo BUENDIA AFP
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O economista de 36 anos de idade Andrés Arauz, delfim do antigo Presidente Rafael Correa (2007/2017 e que desde então está exilado na Bélgica, país da sua esposa e foi condenado à revelia em 2020 a 8 anos de prisão por corrupção) candidato pela coligação socialista União para a Esperança - UNES - venceu a eleição presidencial de 7 de fevereiro com 32,29% de votos, mas deverá enfrentar na segunda volta a 11 de abril um adversário ainda desconhecido.

A disputa é entre o advogado ecologista de esquerda Yaku Perez de 51 anos, do partido indígena Pachakutik (o primeiro candidato indígena a obter tais resultados numa eleição presidencial que com 99,9% de votos contados tem 4200 votos de vantagem em relação ao banqueiro conservador Guillermo Lasso, de 65 anos, do movimento Criar Oportunidades - CREO, mas ambos reclamam vitória.

Para suceder ao actual Presidente Lenin Moreno, cujo mandato expira a 24 de maio, concorreram 16 candidatos, mas cerca de 13,6% dos boletins de voto foram contestados e estão a ser revistos pela CNE, mas  se Yaku Perez se qualificar em segundo lugar, a 11 de abril haverá uma segunda volta inédita entre dois representantes de esquerda.

"Não há dúvidas que estamos em 1° lugar", felicitou-se Andrés Arauz, que reivindicou "vitória" logo após o encerramento das urnas.

Yaku Perez, de esquerda, mas opositor ao "correísmo" beneficia de grande popularidade desde a revolta social de 2019, contra o aumento dos preços dos combustíveis, imposto no quadro da ajuda do FMI, que se soldou por 11 mortos e quase fez cair o governo.

Yaku Perez que é apoiado pela juventude e pelo povo indígena, que representa 7,4% da população, defende um "Estado pluri-nacional, digno, honesto e inclusivo", disse após o anúncio dos resultados provisórios pela CNE "O povo deu-nos o seu apoio e isso foi mais do que demonstrado pelos resultados oficiais" e apelou a uma vigília frente à sede da CNE para que "a decisão do povo equatorenho seja respeitada". 

Guillermo Lasso, que apela à "mudança", é candidato pela terceira vez e em 2017 perdeu a eleição presidencial por apenas 2 pontos percentuais face a Lenin Moreno que na altura era "correísta". 

A 7 de fevereiro foram igualmente eleitos os 137 deputados, mas devido à fragmentação das forças políticas, o próximo governo não deverá deter a maioria.

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Equador: quem são os dois candidatos a Presidente ?

Rafael Correa

A partir da Bélgica, onde está exilado desde 2017, o ex-Presidente Rafael Correa, que se diz perseguido pelo actual Presidente Lenin Moreno, que qualifica de "traidor" por ter reatado com os bancos, Washington e o FMI, disse "Obrigada Equador ! A revolução ganhou de forma esmagadora, apesar de uma campanha suja e quatro anos de perseguição brutal e de infâmias". 

Andrés Arauz declarou a 7 de fevereiro à agência de imprensa francesa AFP que "se for eleito restabelecerá as relações com os Estados Unidos do Presidente democrata Joe Biden, e que mesmo que se for necessário recorrer a instâncias internacionais, pedirá a revisão do caso do seu mentor Rafael Correa, que convidará para seu conselheiro".

O Equador vive uma grave crise económica, devido à queda do preço do petróleo (principal produto de exportação) que fez com que o país duplicasse a sua dívida e em 2020 deverá ter uma contração da economia de 8,9%, agravada pela pandemia da Covid-19, que provocou cerca de 15.000 mortos em 17,4 milhões de habitantes.

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